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TV OVO. Documentário “Cartas de Felippe” busca recuperar trajetória do grande poeta de Santa Maria

Felippe D’Oliveira é um dos expoentes da literatura do começo do Século XX

Pedro Brum Santos grava participação no documentário. Ele é um dos estudiosos da vida do poeta (Foto Andressa Dotto/Divulgação)

Por Nathália Arantes / Da Assessoria de Imprensa da TV OVO

Nesta semana, a TV OVO está dando sequência às gravações do documentário ‘Cartas de Felippe’. A produção faz parte do projeto ‘Por Onde Passa a Memória da Cidade’, aprovado na Lei de Incentivo à Cultura de Santa Maria (Lic/SM), e aborda o entrecruzamento da arte com a política na vida do poeta Felippe D’Oliveira, que participou ativamente da articulação da revolução de 1930. 

As gravações de julho estão sendo destinadas ao registro dos depoimentos dos professores e pesquisadores Pedro Brum dos Santos e Lucas da Cunha Zamberlan, que têm se dedicado a estudar o poeta nascido em Santa Maria e possuem uma farta pesquisa sobre o material do conjunto das cartas de Felippe. Ainda está prevista a gravação do depoimento do escritor e jornalista Juremir Machado,  profundo conhecedor da história de Getúlio. Ele é autor do livro “1930: Águas da revolução”, que trata sobre esse fragmento da história que interessa para a narrativa do filme.

Zamberlan diz que tem sido gratificante poder contar a história do poeta Felippe D’Oliveira, personagem que se destacou em diversas áreas:

Lucas Zamberlan: obra importante para que as pessoas “saibam quem foi de fato Felippe e possam se aproximar principalmente da sua poesia” (Foto Rafael Rigon/Divulgação)

“Acho que esse é um compromisso nosso, que estamos aqui, que vivemos na cidade de Santa Maria, que estudamos e que lecionamos e temos vínculos com a universidade federal da cidade. Felippe D’oliveira, antes de ser qualquer outra coisa, é um santa-mariense. Alguém que teve uma importância muito grande em vários círculos culturais aqui da cidade, mas também em Porto Alegre, e principalmente no Rio de Janeiro. Ele foi  ligado ao universo empresarial, um dos precursores da indústria farmacêutica no Brasil e um dos grandes pioneiros no campo dos esportes. Então, essa personalidade multifacetada do Felippe, ela precisa e exige ser mais difundida, e nada mais natural que nós, vivendo aqui na cidade, conhecendo a história do Felippe, sejamos então os promotores dessa ideia e dessa difusão cultural que apresenta tanto a biografia como a poesia dele também”, destaca o pesquisador.

Para além do empréstimo do nome do poeta para ruas pelo Brasil e ao concurso literário de Santa Maria, registrar e preservar a memória da figura de Felippe passa pela difusão cultural que Zamberlan cita, agora através das lentes das câmeras e da apresentação ao público.

“Eu acho que o campo do audiovisual tem muito apelo. Imagino que as pessoas tenham interesse em conhecer o Felippe D’Oliveira. Vejo com muito bons olhos essa ideia da produção acontecer nesse momento, que é um momento importante da história da cultura do nosso Estado. Estamos chegando perto do Centenário do ‘Lanterna Verde’ que é a obra-prima do Felippe. Penso que essa produção vai ser muito importante para que as pessoas possam conhecer melhor essa personalidade, para que elas saibam quem foi de fato o Felippe e possam se aproximar principalmente da sua poesia”, acrescenta Zamberlan.

Na parte ficcional da obra da TV OVO sobre Felippe D’Oliveira, o poeta é interpretado pelo ator santa-mariense Guilherme Senna (Foto Neli Mombelli/Divulgação)

Marcos Borba, diretor da produção, comenta que construir o documentário através de um vasto material já produzido no meio acadêmico, acaba por ser uma colaboração mútua, tanto para embasar o conteúdo da produção, quanto para divulgar e expandir as pesquisas acadêmicas:

“Quando a gente vai produzir um filme, um documentário, e tem todo esse aporte de pesquisa é muito bom. Isso nos dá uma clareza no que que a gente pode abordar no documentário. A gente tem que fazer um recorte e é muito importante essa contribuição. Da data de nascimento do Felippe já passaram 100 anos, daqui dez anos já vai fazer 100 anos  da sua morte e ainda estão encontrando materiais inéditos dele. Esses movimentos de dar luz para alguma coisa que está sendo pesquisada lá na academia, às vezes, pode contribuir até para para que se pense e para que se encontre outras evidências de escritos, fotos e outros materiais sobre esse poeta ou sobre qualquer outro personagem da história”, explica o diretor.

No mês de maio, as gravações do documentário foram dedicadas às cenas ficcionais da produção que irá mesclar depoimentos e registros de Fellipe D’oliveira, interpretado pelo ator santa-mariense Guilherme Senna. A decisão de incluir registros de ficção na produção passa pela ideia do poeta estar vivo através de suas obras e também pela importância estética para a narrativa:

“A gente tinha muitas cartas. As cartas sempre são uma conversa de informais, né? Então, para escrever o roteiro, a gente pensou que o Felippe poderia estar ele mesmo lendo suas próprias cartas, revisitando suas próprias memórias e dando um um ar meio sobrenatural para isso, como se ele ainda estivesse aqui. Porque, na verdade, um poeta ainda está vivo em toda sua produção. Então é como se ele ainda estivesse aqui entre nós” revela Marcos.

Já para o ator que dá vida a Felippe no curta-metragem, a produção foi também uma oportunidade para se aventurar em algo inédito para a sua arte que é interpretar um personagem real. 

“Para mim é uma honra poder ter tido essa abertura de desenvolver e de criar a minha visão do Felippe, de como eu enxergo ele a partir dos estudos que foram propostos através das pesquisas e poder representar essa figura que teve uma importância gigante artística e politicamente no Brasil. Também pelo fato de valorizar essa figura que é da nossa cidade de Santa Maria e que é alguém que colaborou em muitos âmbitos para a arte nacional”, reconhece Guilherme.

Morando em São Paulo, Guilherme comemorou a possibilidade de voltar a Santa Maria para desenvolver o projeto que oportuniza a ele mostrar a sua experiência artística para a cidade em que nasceu.

“Eu acho que esse projeto tem uma relevância muito grande para fazer com que as pessoas conheçam, entendam e vejam a importância dessa figura, que poderia ter sido muito mais valorizada durante todos esses anos. Acho que esse projeto é um primeiro passo, é a ponta do iceberg do que a gente pode fazer para mostrar para a sociedade de Santa Maria e para a sociedade brasileira quem era o Felippe D’Oliveira. Trazer a potência artística que ele tem e a potência política que ele influenciou num momento de tanta importância no nosso país. Por isso é uma honra poder ter dado vida a ele”, salienta o ator.

‘Cartas de Felippe’ busca recuperar a trajetória do santa-mariense, que é um expoente da literatura do início do século XX, tendo seu nome eternizado no concurso literário da cidade há mais de 45 anos.

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