Arquivo

Troca-troca. Os porquês para a infidelidade, do ponto de vista dos parlamentares infiéis

O deputado paraense Zequinha Marinho está no PMDB. Mas não o leve muito a sério. É a terceira vez que se abriga no partido, em quatro anos. Nesse período, é a sétima troca. Ele veio do PSC, uma das siglas nanicas que dão guarida à chamada “bancada evangélica”. E se elegeu por ela, em outubro passado. Mas virou peemedebista no início do mandato.

 

Quais as razões para esse pula-pula? Diz o glorioso Marinho que “ou o parlamentar tem uma sigla forte ou fica voando”. Mas, e ele não pensou nisso quando se candidatou? E o PSC, o que acha dessa história. E o PMDB paraense não tem vergonha? Afinal, aceita um cara que daqui a pouco não mais estará? E aceita uma, duas, três vezes? Onde está o senso de moral?

 

Que bobagem, por que estou falando disso… Deixa assim. Enquanto isso, leia a reportagem a respeito das razões das duas dúzias de “infiéis” já assumidos no Congresso, nesses primeiros dias de Legislatura. A reportagem é de Severino Motta e Edson Sardinha, e foi originalmente publicada pelo site especializado Congresso em Foco. A seguir:

 

“A infidelidade partidária no novo Congresso

Promessa de diretórios e espaço político são as principais justificativas dos 24 parlamentares que já trocaram de partido desde a eleição

Anunciadas como antídoto contra a infidelidade partidária, as novas regras para a distribuição dos cargos da Mesa Diretora e das comissões não conseguiram frear o troca-troca nos partidos neste começo de legislatura. Uma semana após o início dos trabalhos legislativos, 22 parlamentares já não estão mais nas legendas pelas quais se elegeram em outubro. De lá pra cá, outros dois senadores que estão na metade do mandato também trocaram de filiação.

Dos que estão em início de mandato, 12 trocaram a oposição por partidos que integram a coalizão do governo Lula. O restante das movimentações se deu entre siglas da própria base aliada. A corrente migratória em direção ao Palácio do Planalto deve ser reforçada, na próxima semana, com a revodaa de mais quatro tucanos.

Os deputados cearenses Léo Alcântara (PSDB), Manoel Salviano (PSDB), Raimundo Gomes de Matos (PSDB) e Vicente (PSDB) só aguardam a chegada do ex-governador Lúcio Alcântara (PSDB), que está de férias em Lisboa, para desembarcarem, em conjunto, no governista PR (resultado da fusão entre PL e Prona). Caso a mudança seja concretizada, o PSDB perderá a posição de terceira maior bancada da Câmara para o PFL.

Eleita sob o discurso da mudança e da moralidade, a nova legislatura começa os seus trabalhos reproduzindo uma prática aprofundada pela legislatura que a antecedeu. Um em cada três dos 618 deputados que exerceram o mandato entre janeiro de 2003 e dezembro de 2006 trocou de partido durante o período. Ao todo, 193 deputados trocaram 285 vezes de partido, como já mostrou o Congresso em Foco (veja a lista completa clicando
aqui.

Os encantos do PR

A caçula das legendas é a que mais tem seduzido os parlamentares. Apesar de ter feito nas urnas apenas 25 deputados (23 pelo PL e dois pelo Prona), o Partido da República já ocupa hoje 33 cadeiras na Câmara. Dos oito novos integrantes da bancada, cinco estavam nos oposicionistas PSDB, PFL e PPS.

Isso sem contar a provável filiação do grupo de Alcântara, que rompeu com o presidente nacional de seu partido, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), nas últimas eleições. Candidato derrotado à reeleição, Lúcio acusou Tasso de trabalhar pela eleição de Cid Gomes (PSB), irmão do deputado Ciro Gomes (PSB-CE). Em represália, o governador exibiu, em seu horário eleitoral, declarações elogiosas do presidente Lula à sua administração.

A bancada do PR só não é maior porque o partido decidiu expulsar, no dia da posse, o deputado Damião Feliciano (PB), que desafiou a liderança e se lançou como candidato avulso na disputa pela 2ª vice-presidência da Mesa Diretora da Câmara contra o veterano Inocêncio Oliveira (PR-PE). 

O líder da bancada, deputado Luciano Castro (RR), diz que o principal atrativo da nova legenda é a oferta de diretórios regionais para os parlamentares. “Com a fusão temos de montar as novas executivas. Nós deixamos o partido sob o domínio do parlamentar [que ingressa]”, admitiu.

Com isso, a legenda garante ao parlamentar o direito de administrar os recursos do fundo partidário e o tempo de TV destinado à sigla em seu estado. “Isso tudo deixa o deputado confortável, dá mais poder de ação”, completou Luciano.

A distribuição de diretórios regionais em troca de filiações não é exclusividade do PR. A estratégia também tem engordado as fileiras dos governistas PTB e PAN. O inexpressivo Partido dos Aposentados da Nação, que elegeu apenas Cléber Verde (MA), já atraiu outros três deputados: Jurandy Loureiro (ES), Takayama (PR) e Silas Câmara (AM).

Um dos dois deputados que trocaram a oposição pelo PTB até agora, o ex-pefelista Sabino Castelo Branco (PTB-AM) mal tomou assento na Câmara e já faz planos para a sucessão municipal, em 2008. “No meu estado, o Lula tem 80% dos votos. No PFL eu ficaria sem a presidência do partido e não teria legenda para disputar a prefeitura. No PTB tenho o comando e garanto a disputa pela prefeitura”, afirmou.

O rei das mudanças

Mas quando o assunto é troca-troca partidário, ninguém tem mais conhecimento de causa do que o deputado Zequinha Marinho (PMDB-PA). Na última legislatura, Zequinha trocou seis vezes de partido e já começou o atual mandato sob nova legenda. Aliás, nova não é o termo apropriado para o caso. Afinal, essa é a terceira passagem do deputado pelo PMDB nos últimos quatro anos…
”

 

SE DESEJAR ler a íntegra do artigo, pode fazê-lo acessando a página do Congresso em Foco na internet, clicando aqui.

 

Artigos relacionados

ATENÇÃO


1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.

2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.

3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.

4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.

5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.


OBSERVAÇÃO FINAL:


A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo