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Coluna

Romero e Landau ou uma noite fria de julho – por Bianca Zasso

Veranico de julho. O mundo anda tão estranho que nem o clima escapa. Foi depois de alguns dias quentes temperados com vento norte que o nosso estado experimentou um domingo muito frio. A queda brusca de temperatura já altera o humor de muitos, mas para os cinéfilos foi um início de semana complicado. No mesmo dia perdemos o cineasta George Romero (foto acima) e o ator Martin Landau. Sim, pessoas morrem todos os dias. Mas para mim (e sei que não estou sozinha) foram perdas importantes não apenas para a arte que admiro, mas para a minha história.

George Romero chegou na minha vida sem bater na porta. Foi furacão, invasão zumbi sem tempo para preparação. Minha primeira sessão de A noite dos mortos vivos aconteceu na metade dos anos 90, época em que filmes de terror eram minha diversão na madrugada. Um VHS emprestado, gravado da TV. Uma hora e meia depois eu não era a mesma menina. Um filme de zumbi cheio de significado, preto e branco, personagens que atiçavam minha curiosidade. A questão política e racial eu só iria perceber anos depois, já desfrutando de uma edição em DVD do filme. Um disquinho que quase furou, é preciso dizer.

Romero voltaria a tocar meu coração “horroroso” com O despertar dos mortos. Entrar num shopping center ficou diferente. Criador do filme moderno de zumbis e pela reinvenção da figura do vampiro em Martin, o diretor gastava pouco e fazia muito. E fazia bem, com estilo, com conteúdo. Não tenho dúvidas que muitas gerações ainda serão influenciadas pelas cenas que ele criou.

Ainda sentindo aquela melancolia de ter perdido um ídolo, chega a notícia da passagem de Martin Landau. As histórias da família sobre o seriado Missão Impossível fazem parte das minhas lembranças, mas logo eu teria as minhas próprias memórias de Landau com a descoberta de e episódios da série Além da Imaginação e de filmes como Nas trilhas da Aventura e Ed Wood, onde Tim Burton o presenteou com a oportunidade de interpretar Bela Lugosi.

Foi este personagem que me fez buscar a produção da Universal dirigida por Tod Browning. Antes de Lugosi veio Landau. E ele ganhou o Oscar, para honrar o húngaro. E o vilão de Intriga Internacional, do mestre Hitchcock? E Logan Sharpe, de Noite sem fim? Landau sempre se fez notar. Seu rosto na tela, na juventude ou já de cabelos brancos, é inconfundível.

Duas perdas no mesmo dia não é novidade para cinéfilos. Emanuelle Riva e John Hurt, Bergman e Antonioni. Mas é sempre um susto. Faz pensar sobre a finitude e sobre como pessoas que a gente nunca encontrou pessoalmente tornam-se importantes por darem rosto aos nossos sonhos na tela grande. Oremos aos deuses do cinema para que a próxima semana seja mais tranquila. E a magia nunca acabe. Nem com a morte.

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