PARTIDOS. “O PDT não está na base e não integra o governo Jorge Pozzobom”, garante Marcelo Bisogno

Por Maiquel Rosauro
O PDT de Santa Maria realizou sua conferência municipal no sábado (12) e, por aclamação, elegeu sua nova executiva. O partido vive um momento de reconstrução e baseia-se em sua ideologia para planejar o futuro. A sigla tem planos ambiciosos e planeja voltar ao protagonismo de outrora.
Desde as primeiras horas da manhã de sábado o movimento de pedetistas foi intenso na Câmara. Os filiados eram recebidos pelo presidente e ex-candidato a prefeito de Santa Maria, Marcelo Bisogno. No total, 203 militantes compareceram e apenas um votou em branco. Os demais elegeram a chapa de consenso Chama Trabalhista para presidir a sigla no biênio 2017/2019.
Bisogno seguirá na presidência e aposta no crescimento do partido nos próximos anos. Segundo ele, a sigla irá se aproximar dos 4 mil filiados na cidade até o fim do ano. O crescimento é creditado a dois motivos: ausência de pedetistas investigados na Lava Jato e a volta de um trabalho de base.
“Devido à lisura nacional do partido, estamos nos reaproximando dos sindicatos e dos movimentos sociais. Temos oposição firme a favor dos servidores públicos e somos contrários a Reforma Trabalhista e a Reforma da Previdência”, explica Bisogno.

Nos últimos anos, o PDT/SM ficou mais conhecido por suas disputas internas do que pelas suas conquistas. Porém, Bisogno ressalta que todos os grupos que compõem a sigla na cidade chegaram a um entendimento. Segundo ele, a eleição do ano passado foi fundamental para reorganizar o partido.
Em 2016, foi a primeira vez, após 20 anos, que o PDT apresentava um candidato a prefeito de Santa Maria. Bisogno compôs a chapa pura com o empresário e ex-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Ewerton Falk.
“As pessoas entenderam o nosso compromisso. Deixei de estar na Câmara para assumir uma candidatura. Nós sempre tivemos tradição e resgatamos essa grandeza do partido”, analisa.
A dupla Bisogno e Falk conquistou 12.515 votos, ficando na quinta colocação na corrida pela Prefeitura. No segundo turno, Bisogno e Jader Maretoli (à época filiado ao Solidariedade, hoje PRB) chegaram a anunciar que apoiariam o mesmo candidato. Entretanto, o pacto durou poucos dias. Jader apoiou Valdeci Oliveira (PT) e Bisogno manteve-se neutro.
“Eu disse ao Jader que precisava de uma semana para consultar o meu partido e, nesse meio tempo, ele fechou com o Valdeci. Se eu apoiasse o Valdeci, fortaleceria o campo ideológico do partido, que é de centro-esquerda, mas teria problemas com quem votou contra o PT. Já com o Jorge Pozzobom (PSDB), iriamos contra nossa ideologia”, sustenta Bisogno.
Embora Falk hoje seja secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação; e a vereadora Luci Duartes – Tia da Moto (PDT) atue, na prática, como situação no Legislativo, Bisogno garante que o PDT não está no governo Pozzobom.
“O PDT não está na base e não integra o governo Pozzobom. O Falk não está na Prefeitura pelo partido, ele aceitou a um convite para assumir o cargo. Não temos nenhuma indicação de cargo de confiança. Se há algum pedetista atuando no governo, é por livre e espontânea vontade, e sequer contribui com o partido”, esclarece.
Bisogno afirma que o PDT atua de forma independente, não sendo situação e nem oposição ferrenha. Ele também diz que a Tia da Moto possui liberdade de trabalho e está comprometida com os bons projetos e ações em prol da nossa comunidade.
“A eleição para mim terminou no dia em que foi realizado o primeiro turno. Eu não quero o pior para a cidade, minha família mora aqui. Tenho um programa de governo pronto e, se o Pozzobom quiser, eu entrego para ele. Mas nunca fui chamado”, avalia.
Em 2018, Bisogno não será candidato a deputado estadual. Ele irá ajudar, na região, a campanha de Juliana Brizola à Assembleia Legislativa e de Afonso Motta à Câmara dos Deputados. Para o governo do Estado, o partido tem como pré-candidato o ex-prefeito de Canoas, Jairo Jorge, e, para a presidência da República, Ciro Gomes se apresenta como pré-candidato.
Por partes, como dizia Jack. Bisogno foi candidato a deputado estadual em 2014 e conseguiu perto de 16,8 mil votos. Ou seja, na hipótese mais otimista conseguiu perto de 4 mil votos fora da cidade.
Lava a Jato é a operação relacionada aos problemas da Petrobrás. Problema é que existem outras operações e muita gente aposta na falta de memória da população.
http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2016/07/lava-jato-chega-empresas-fantasmas-que-doaram-para-o-pdt.html