Fórum. Liberdade e neoliberalismo com FH e um grande mentiroso, o espanhol José Maria Aznar
Conheci José Maria Aznar em Madrid em setembro de 1997. Quase dez anos atrás, portanto. Do partido de centro-direita PP ele era, então, Primeiro Ministro da Espanha, função que começara a exercer um ano antes e na qual permaneceria até 2004 – quando o Partido Socialista Operário (PSOE) voltou ao poder em terras espanholas, através de José Luis Rodríguez Zapatero.
Estive com Aznar na qualidade de enviado especial do jornal A Razão (com a incumbência de remeter material também para os veículos componentes da Associação dos Diários do Interior do RS) à Europa (estive também em Barcelona e Londres), para acompanhar a viagem do então governador gaúcho Antônio Britto – que prospectava oportunidades para o Estado em território espanhol e britânico.
Aznar perdeu a eleição de 2004. Alguém lembra por quê? Era o favorito, ou seu partido era (o sistema de governo espanhol é parlamentarista). O que foi mesmo que ocorreu? Ah, sim. Houve um ataque terrorista a várias estações de trem madrilenhas, no dia 11 de março. E o governo dele, imediatamente, sem qualquer prova, disse que era um ato patrocinado pelo ETA, a organização separatista basca. Foi a mentira, a mentirona aliás, que referi no título desta nota.
É. Os bascos nada tiveram a ver com o atentado. Os responsáveis eram enviados de Bin Laden. Pois bem, a população, em menos de dois dias, indignada com o embuste deslavado, devolveu nas urnas a sua ira e despejou votos em Zapatero e no PSOE que, ao contrário de Aznar, propunham retirar os espanhóis então lutando no Iraque, junto com os Estados Unidos, para restabelecer a democracia. O então primeiro ministro era aliado dos norte-americanos.
Pois é esse paladino da moralidade política uma das grandes estrelas do Fórum da Liberdade, que começa nesta segunda, em Porto Alegre. Não é o único, por certo. Mas é representante de um certo tipo de pensamento que eu respeito e concordo, mas muuuuito parcialmente. Ah, o encontro da capital encerra na terça-feira, com a palavra de outro grande representante do neoliberalismo, o ex-presidente da República, e ex-sociólogo, e ex um monte de coisas que ele pediu que fosse esquecido o fato de ter escrito, Fernando Henrique Cardoso.
É o Fórum da Liberdade. Respeitosamente, pergunto: liberdade para quem? E para quantos? E para o quê?
PS. Sou um sujeito absolutamente democrata. E, embora não concorde com o que pensam 10 % dos palestrantes do FL, reconheço neles o direito de pensar e dizer o que quiserem. Inclusive porque eles também são democratas.
SUGESTÃO DE LEITURA – leia aqui a reportagem Fórum da Liberdade abre nesta segunda com debates sobre a propriedade, publicada pelo ClicRBS, portal de notícias do grupo RBS.
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