Coluna Observatório. “PAC e a sinuca de bico da oposição”

A obra na frente da

casa do eleitor. É

óbvio que dará voto

Tem idéia de quantos empregos estão sendo gerados na cidade, com as obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC)? Não se sabe, oficialmente. Mas são muitos. Tanto que há construtoras, por exemplo, pensando em “importar” trabalhadores.

Agora, a pergunta: em quem votará a maioria desses novos empregados, familiares e eventualmente seus vizinhos? Outra pergunta, na mesma linha: em quem depositará o voto a maior parte dos moradores daquela comunidade (e também daquelas várias outras) que vê a obra sonhada há décadas acontecendo agora na frente de sua casa?

Dito isto, o PAC é eleitoreiro? É. Como a totalidade dos planos feitos no Brasil, em que há eleição de dois em dois anos. Eleitoral ou pré-eleitoral, todos são. No entanto, é bom que aconteçam, se a comunidade como um todo é beneficiada – como ocorre hoje em Santa Maria.

Isso significa, é a terceira pergunta, que o governo municipal reelegerá seu projeto. Não necessariamente. Mas tornou a disputa muito mais complicada do que se imaginava, por exemplo, antes do PAC. Inclusive porque os governistas terão o que mostrar, bem palpável, ao eleitorado. E caberá à oposição desmontar a armadilha em que foi metida. É possível. Evidentemente que sim. Mas não será nenhuma barbada, como sabe qualquer militante isento – e eles existem, e a coluna conversa com eles. Muito pelo contrário.

O fato é que, eleitoreiro ou não, o PAC dará votos aos governistas. E colocou a oposição numa sinuca de bico, pois nem falar mal dele poderá, no contato direto com os eleitores mais pobres. Terá, porém, que encontrar um jeito de sair dessa sinuca de bico. Ou perderá.