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Piratini. Proposta de cargos não seduz DEM de Feijó, que decide seguir ‘independente’ de Yeda

Para quem não lembra, não custa rememorar: em dezembro, depois de anunciado, o deputado Marquinho Lang, do então PFL (hoje DEM) recusou fazer parte do secretariado da governadora Yeda Crusius. Não foi substituído por nenhum pefelista, hoje demista. A recusa se deu em função da discordância do partido para com a proposta de aumentar tributos, algo que fere a doutrina pefelista-demista. E, mais que isso, pedra de toque de toda a argumentação de Paulo Feijó, o vice-governador que se distanciou completamente do governo e foi defenestrado de qualquer tarefa, por mais simples que seja.

 

Já no governo, a partir de janeiro, o DEM optou pela “independência”. Não tem cargo algum no governo e vota com Yeda apenas se concordar, ou se estiver em acordo com o seu próprio programa partidário ou o de governo – afinal, foi eleito com ele. E, Paulo Feijó a parte (que ele não consegue, nem deseja, ficar calado), a agremiação optou pelo caminho da discrição, com seus três deputados estaduais.

 

E assim estava, no seu cantinho, até semana passada, quando foi demitido o secretário de Segurança, Enio Bacci, do PDT – sigla que se afastou do governo, mesmo que tenha lhe sido prometida até mesmo uma nova pasta, a do Trabalho, e cerca de 300 cargos, a maioria na Fundação Gaúcha do Trabalho. Como conseqüência, sai também do governo o secretário de Obras, o pedetista Paulo Azeredo.

 

Foi aí que os conselheiros da governadora, por certo com a concordância dela, tentaram uma nova aproximação com o DEM. Só que, é o que se diz, pediram pelo menos uma trégua de Paulo Feijó. Como contrapartida, ofereceram a secretaria de Obras e todos os cargos de segundo escalão hoje ocupados por pedetistas.

 

Era isso que estava em discussão ontem, no início da noite, pelos demistas. Em três horas de debate, a decisão: não, não irão para o governo. E vão manter o discurso. Convenhamos, para um partido que até outro dia era considerado fisiologista, e sem fazer qualquer juízo de valor quanto à conveniência ou não dele participar do governo, foi uma coragem e tanto. Inclusive porque, estima-se, terão contra si ainda maior hostilidade do governo, o que não é fácil – especialmente para quem, mal ou bem, é próximo ideologicamente.

 

No entanto, se o DEM arrumou um enrosco, este pode ser bem maior para a própria Yeda Crusius, que vê a cada dia esboroar-se a maioria pra lá de tranqüila que detinha na Assembléia Legislativa. Ainda é majoritária a bancada governista, mas já são 23 os deputados da oposição. Que pode fazer um barulho e tanto. E ainda, com uma defecção aqui e outra ali no lado governista, barrar qualquer mudança constitucional. E isso não é pouco.

 

CONSELHO CLAUDEMIRIANO: Talvez fosse o caso de a governadora e seus aliados repensarem seu jeito de agir e negociar. Ou, pelo menos, avaliar as ações realizadas até agora. Elas não estão conseguindo agregar votos no Legislativo. Antes, fazem  perdê-los. É de pensar, não?

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