POLÍTICA. Acossada, CPI da Kiss terá que decidir o que quer da vida. Do jeito que está, não sairá nada
A Comissão Parlamentar de Inquérito, criada na Câmara de Vereadores para investigar “genericamente” a tragédia de 27 de janeiro, tem um vício de origem. Qual? Foi montada, num lance de esperteza politica (o que é legítimo, não dá pra dizer que não), em contraposição a uma proposta bem mais específica, iniciada por Werner Rempel (PPL) e que teve a adesão do PSDB e do PT, com o número mínimo de assinaturas para sua instalação.
Gostem ou não seus propositores, e o discurso feito a partir de então, a ideia da CPI chancelada pela base do governo tinha um único objetivo: blindar a administração municipal de qualquer possibilidade de ter sua imagem arranhada. É política. E portanto faz parte do jogo. Mas essa origem viciada agora se voltou contra os autores.
Afinal, o discurso era “esperar o inquérito”. Bueno, o inquérito chegou. E, com ele, algo com o qual não contavam, definitivamente: o apontamento do Prefeito e do próprio presidente da Câmara, também ele governista.
E agora, o que fazer? Estão tastaveando, para dizer o mínimo. E a primeira atitude já não recomenda muito: realizar uma reunião quase SECRETA (para ser generoso) e sem a presença de inúmeros pais que gostariam de assisti-la. A segunda é ainda menos recomendável: marcar a reunião seguinte apenas para uma semana depois. Sinal inequívoco de leniência e de tentativa de nada fazer, buscando jogar para as calendas qualquer definição. Se possível, encerrar o prazo (são 60 dias, afinal) sem nada decidir.
Gostem ou não, é essa a percepção. Há, porém, um problemão no horizonte da CPI: a pressão da sociedade, a começar pelos familiares das vítimas. Como pode a Comissão ganhar um respeito mínimo? Há duas atitudes a ser tomadas, para começar.
1) Reduzir o espaçamento das reuniões. No mínimo duas vezes por semana. No mínimo.
2) Convocar imediatamente os delegados responsáveis pelo inquérito. Repita-se: imediatamente. Afinal, se os próprios governistas, em entrevistas e manifestações diversas, colocam em dúvida o trablaho dos policiais, melhor mesmo é pedir explicações diretamente. Ou passar a ideia, cada vez mais óbvia, de que o que querem é apenas proteger os seus – e não a sociedade que representam.
Farão isso? O editor desconfia que não. Mas adoraria estar enganado.
EM TEMPO: enquanto a CPI santa-mariense nada investiga, ao contrário do que diz seu próprio nome, a Comissão de Representação Externa da Câmara dos Deputados, em Brasília, que não tem poder de investigar, vai ouvir os delegados responsáveis pelo inquérito. E já nesta quarta-feira. É uma verdadeira inversão de valores, a ser debitada com exclusividade aos Vereadores. Não tem como pensar diferente.
Esse vereadores que estão sendo crucificados, pela população deveriam ser considerados herois, pois tiram a coragem de enfrentar essa CPI, mesmo correndo o risco de ter que casar o seu proprio companheiro, parabens meus heróis.
Claudemir
Certa feita escrevi aqui no site que, em qualquer outra situação eu até concordaria que a situação foi mais esperta que a oposição e registrou antes o seu pedido de CPI.
Lastimável é que eles tenham escolhido justamente o episódio que chocou o mundo todo para demonstrarem sua esperteza. Quando a sociedade clama não para ver quem é o mais esperto, mas sim para que os responsáveis sejam punidos e que se crie mecanismos para que tragédias como aquela nunca mais se repitam.
Mas, como tu dissestes, o que antes era a favor deles, agora é tremendamente contrário. Cavaram sua própria sepultura.
Devemos guardar bem o nome destes ” edis”, para lembrar ao povo, de NUNCA MAIS VOTAREM NELES. São comprometidos com Schirmer e não se deram conta,em sua arrogancia e limitação mental, que o que aconteceu é gravíssimo, foi um MASSACRE, e não vai ficar impune e nem cair no esquecimento. O MUNDO INTEIRO está cobrando isso.
O nome desta CPI é CPI da farsa.
Tudo é falso nela.
Ela nasceu da esperteza e não comprometida com a verdade.
Seus componentes são uma farsa, pois não tem compromisso com a sociedade ou com os pais das vítimas e com os sobreviventes.
Seus componentes tem compromissos com eles próprios e seus CCs, que ocupam cargos na estrutura do município e que os ajudaram na eleição.
A bancada governista que os indicou tem compromissos com o atual prefeito para manter seus afilhados e que os ajudaram na eleição.
Vide caso do Mortari.
É só investigar um pouco que não sobrará ninguém na atual bancada governista.
Este grupo se manteve no poder utilizando a máquina pública durante o mandato anterior e principalmente durante o último pleito.
Mas a verdade está batendo na porta da Prefeitura e em breve estará batendo na porta dos Gabinetes da Câmara.
Enganaram um período, mas agora estão sendo desmascarados.
Discordo: ALGO sairá. Nem que seja um documento bagaceiro e tendencioso.
Mesmo esta terá valor para mostrar, para confirmar, a laia desta adminsitração, onde executivo e legislativo se protegem.