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Veja degradada. Banqueiro entrega dossiê falso.E a revista o torna “verdadeiro”

Chega ao 11º capítulo a série de reportagens-artigos em que o insuspeito jornalista Luis Nassif desnuda a forma como, a partir de determinado período, a Veja deixou de ser uma revista séria e acreditada, para se transformar num simulacro. E num engodo. Pouco mais que um panfleto a serviço de interesses próprios, pessoais ou empresariais. No caso, dos seus dirigentes e da Editora Abril, que a publica.

 

Nassif é diretor da Agência Dinheiro Vivo, especializada em economia e que tem entre seus clientes grandes organizações do país. Também, depois de ser colunista econômico por 15 anos do jornal Folha de São Paulo e comentarista da TV Bandeirantes, é hoje da equipe de colaboradores da TV Cultura, de São Paulo.

 

No artigo que reproduzirei aqui, Nassif trata especialmente da história de um falso dossiê entregue aos diretores da redação da Veja, pelo financista Daniel Dantas, do Banco Opportunity, um dos controladores da Brasil Telecom. E que a revista, inclusive pelas mãos de um até então isento jornalista tornou “verdadeiro”. Lá embaixo, um pequeno acréscimo meu. Confira:

 

 

“O Dossiê falso – o furo jornalístico que virou um pterodáctilo

 

A parceria de Veja com Daniel Dantas prosseguiu no decorrer de 2006. Várias matérias, dossiês, especialmente os mais improváveis, pareciam ter sido fornecidos pelo banqueiro.

 

Na edição de 17 de maio de 2006, Veja fez sua aposta mais alta. O diretor Eurípedes Alcântara recebeu um dossiê de Dantas, sobre presumíveis contas no exterior, de altas autoridades do governo. O mesmo dossiê foi encaminhado a outro membro do quarteto de Veja, Diogo Mainardi.

 

A tarefa de ir atrás das pistas do dossiê coube a Márcio Aith, o mesmo jornalista que cobrira o caso do dossiê da Kroll para a “Folha”. Até então, Aith construíra uma sólida reputação de jornalista investigativo. Passou pela “Gazeta Mercantil” e “Folha”, tinha conhecimentos sobre mercado, balanços, economia, e caminhava para se transformar em um dos grandes repórteres de sua geração.

 

Saiu a campo e, em pouco tempo, constatou que o dossiê era uma falsificação. Tinha tudo para uma reportagem memorável. O levantamento tinha sido feito por Frank Holder, ex-agente da CIA especializado em América Latina que, depois, largou o serviço secreto e montou uma…”

 

 

ACRÉSCIMO CLAUDEMIRIANO: os principais nomes citados por Luis Nassif em sua série, o diretor de redação Eurípedes Alcântara e o editor especial Lauro Jardim, de Veja, anunciaram pretender processar o autor dos artigos. A direção da Editora Abril não se manifestou. Por enquanto. A série alcança grande repercussão na internet, sendo reproduzida por dezenas de sites e atingindo milhares de pessoas em todo o Brasil, disseminando, enfim, o que é hoje a revista mais lida do país. A mídia grandona (e a que se acha) faz de conta que não é com ela. Naturalmente.

 

 

SUGESTÃO DE LEITURA – Não deixe de ler aqui a íntegra do texto “O dossiê falso – o furo jornalístico que virou um pterodáctilo”. No mesmo endereço você encontra todos os outros dez capítulos já escritos por Luis Nassif, e que correspondem (com os que ainda virão) num verdadeiro inventário de uma revista que já foi a de maior credibilidade do país e hoje é um simulacro, para dizer o mínimo.

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