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Coluna Observatório. “O sai-não-sai de Brenner e a eleição para a Mesa Diretora da Câmara”

Não é exatamente raro. Mas também não acontece todos os dias, claro. No entanto, aconteceu nesta semana. Fiz um texto para a coluna Observatório, antes da decisão (será irreversível?) judicial que antecipa a saída de Júlio Brenner do Legislativo – ele foi condenado em última instância à perda dos direitos políticos e ao mandato de vereado.

 

Com a informação nova, mudou (e bastante) o quadro em torno da sucessão de Isaias Romero da Presidência da Câmara de Vereadores, no pleito que acontece na próxima quinta-feira, 27. O que exigiu, obviamente, mudanças também radicais no raciocínio exposto no texto anteriormente previsto.

 

Coisas da profissão, claro. Mas você, leitor habitual desta (nem sempre) humilde página de internet será, modéstia às favas, um privilegiado. Publico, aqui, os dois textos. Primeiro, o que foi publicado. Depois, imediatamente abaixo, o que seria publicado. E você pode entender, imagino, como funciona o processo de mudança de última hora. Confira:

 

 

 

O texto publicado. “Romero nem precisa virar a casaca”

 

 

Com a retirada de Júlio Brenner, do PSB, se não houver mais algum recurso judicial (o que aparentemente é impossível), só alguma coisa extraordinária, de última hora, e de resto hoje imperceptível, impedirá a oposição de conquistar o comando da Câmara de Vereadores no próximo ano. Nem precisará, aliás, do voto de Isaias Romero, hoje no PMDB. Até mesmo o empate em sete votos – o que acontecerá, com a saída de Brenner e a entrada do primeiro suplente, Paulo Airton De Nardin, do PP – será suficiente.

 

Mas, para que isso seja possível, aos oposicionistas será necessário fazer dois movimentos. O primeiro é o licenciamento de um vereador do PMDB, Magali Adriano ou Tubias Calil. Assim, assumiria o primeiro suplente da coligação PMDB/PFL de 2004. No caso, Manoel Badke, hoje do DEM. Assim, haverá o empate, no primeiro critério, o número de bancadas. O mesmo ocorrerá no segundo critério: a bancada maior (PT e PMDB terão 4 edis).

 

A decisão se dará, portanto, no terceiro critério: o vereador mais idoso. É nesse momento, ou simultaneamente, que a oposição terá que fazer o segundo movimento: lançar Sérgio Cechin ou JC Maciel da Silva à Presidência. Qualquer um deles vencerá Vilmar Galvão, o candidato do grupo hoje no comando do Legislativo.

 

Tudo isso, claro, será enormemente facilitado se os oposicionistas conseguirem o que hoje ainda não existe: a adesão de Romero, que viraria a casaca e ajudaria a oposição a ganhar já no primeiro critério, o número de votos: 8 a 6.

 

EM TEMPO: isso tudo, claro, ensejará um eventual contragolpe dos que querem a manutenção do acordo. E, por exemplo, se o candidato a presidente, em vez de Galvão, for Ovídio Mayer. Hein???

 

 

                       

O texto não publicado. “só com Romero virando a casaca”

 

 

Desconsiderada a possibilidade jurídica da retirada de Júlio Brenner, oo PSB, de resto considerada inviável m 2007, sobra uma única chance à oposição para comandar a Mesa Diretora da Câmara de Vereadores no próximo ano: virar o voto de Isaias Romero, fazer Magali Adriano ou Tubias Calil se licenciar e ter como candidato a presidente o progressista Sérgio Cechin ou o peemedebista JC Maciel da Silva. E vencer pelo penúltimo critério de desempate: Cechin e Da Silva são mais idosos que Vilmar Galvão, o outro concorrente. O último critério é o sorteio.

 

Complicado? Nem tanto. O acordo que comanda o Legislativo tem 8 votos contra 6. Virando o voto de Romero, fica 7 a 7. E aí entram os critérios de desempate. O primeiro é o número de bancadas que compõem a chapa. Dá o acordo: 4 (PT, PSB, PTB, PR) a 3 (PMDB, PP, PSDB). Aí entra a questão da licença. Sai Tubias ou Magali, quem entra é o primeiro suplente, Manoel Badke, do DEM. E fica 4 x 4, novo empate.

 

O critério seguinte é o tamanho das bancadas. O PMDB é a maior, com 5. Mas com a saída de um, para a entrada de Badke,  volta a ter 4. O mesmo número do PT, do outro lado. Novo empate.

 

E é aí, só aí, que entra o terceiro jeito para desempatar: a idade. E Galvão é mais jovem que Da Silva e Cechin. Um deles seria o presidente da Câmara. Isso significa, resumindo, que é possível à oposição vencer o pleito. Mas terá que fazer todos esses movimentos. O primeiro, e decisivo, é exatamente a virada de casaca de Romero, ele que se mandou do PDT em direção ao PMDB. É o ponto inicial. E fundamental. Sem essa atitude, nada feito.

 

 

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