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O discurso. E o fato. Não dê muita bola às queixas empresariais. Os números as desmentem

É do jogo. Se você não reclamar, não leva. Mesmo tendo condições favoráveis, sempre é bom, diz a regra, não reconhecer isso. Afinal, o estresse é que garante as boas condições para continuar crescendo. Ou, no mínimo, para não cair.

 

Vale para a vida moderna, diz-se. E muito mais para as relações entre os empresários e a sociedade e os governos, quaisquer que sejam. E, mesmo que os números desmintam qualquer avaliação pessimista, o que se lê, se ouve e se vê são apenas lamúrias. Das lideranças empresariais e de quem os representa (e eles são muitos, creia) na mídia grandona (e da que se acha).

 

Afinal, o país está tão mal assim, que justifique a choradeira cotidiana que se observa nos veículos de comunicação? E isso tanto faz para São Paulo, Porto Alegre ou Santa Maria. É um vale de lágrimas, que provoca na gente a vontade de pedir o número da conta, para nela depositar R$ 10.

 

Mas, se tudo está tão ruim assim, como pode o Serasa (aquela terrível organização que amedronta qualquer titular de conta bancária), que é mantido por empresários, em levantamento feito por ela (e não pela CUT ou pela CGC), ter constatado que as empresas brasileiras tiveram, nos meses iniciais de 2007, a melhor rentabilidade do século, até aqui? Hein? Como pode?

 

Pode, segundo Márcio Torres, que coordena os estudos feitos pela organização, pela melhoria da atividade no mercado interno, ampliação de crédito e redução dos juros. Pois é. Tudo devidamente estimulado pelo governo, no caso, o federal. Mas a choradeira segue, sem parar um só instante. Em quem devo acreditar?

 

Ok, ok, ok. Você não confia no Serasa. Eu também tenho lá minhas dúvidas, devo confessar. Então fiquemos com outro dado, também alvo de muita choradeira (o tal de câmbio, as exportações, etc, etc). E que merece o comentário da analista política Luciana Otoni, publicado na insuspeita página de internet do experiente jornalista Etevaldo Dias. Confira:

 

“Exportações contrariam previsões e seguem em alta

A despeito da redução gradual do saldo da balança comercial, as exportações seguem em expansão acima do esperado e não vai ser surpresa chegar ao fim do ano com as vendas destinadas ao exterior com receita superior a US$ 156 bilhões.

A primeira estimativa do governo, feita em janeiro, previa exportações de US$ 152 bilhões. Posteriormente, em agosto, a projeção foi atualizada para US$ 155 bilhões.

No entanto, já nos 12 meses encerrados em outubro o volume está em US$ 156,4 bilhões, correspondendo a uma alta de 15,6% em comparação a igual período de 2006.

Nos dados de outubro, quando as vendas foram de US$ 15,8 bilhões, chama a atenção as seguintes performances: exportação de milho em grão aumentou 606% (US$ 333 milhões), de gasolina teve alta de 230% (US$ 169 milhões); de óleos combustíveis teve expansão de 150% (US$ 257 milhões) e de aviões de 96% (US$ 374 milhões).

No acumulado dos 10 primeiros meses do ano, as três categorias de produtos registraram valores recordes: manufaturados (US$ 69,194 bilhões), básicos (US$ 42,443 bilhões) e semimanufaturados (US$ 18,071 bilhões). Um dos fatores que explicam a expansão das exportações é o aumento das quantidades embarcadas.”

 

 

SUGESTÕES DE LEITURA – confira aqui, se desejar, outras notas publicadas no site editado por Etevaldo Dias.

Leia também a reportagem “Empresas têm rentabilidade recorde”, de Marcelo Rehder, n’O Estado de São Paulo.

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