Nos ares. Jobim terá o tempo que outros não tiveram. E ele já chegou roncando grosso
Roncar grosso, imagino, seja um ditado gaúcho (se não for, cartas para a redação). E que significa, objetivamente, demonstrar autoridade. Foi o que fez, na verdade, o santa-mariense Nelson Jobim, logo ao assumir o ministério da Defesa. E, diz-se, com carta branca de Luiz Inácio Lula da Silva para resolver o problema aéreo brasileiro.
Jobim começou dizendo que a ANAC (Agência Nacional da Aviação Civil), que supostamente está encarregada de regular o espaço aéreo e tem relação direta com as empresas, não é exatamente um portento de competência. Claro, não foram essas as palavras. Mas a interpretação, minha e de todo mundo, é essa.
O ministro também já marcou a primeira viagem (que não deve sair atrasada, por certo). Vai a São Paulo, visitar Congonhas. Mas não apenas. Irá também visitar os familiares das vítimas da tragédia do avião da TAM. Coisa que o presidente da República não fez – Lula só se manifestou cinco dias depois do acidente, e pela televisão.
Todos os que têm opinião, e espaço para expô-la, reconhecem autoridade em Nelson Jobim. E isso garante um tempo (não muito longo, talvez, mas…) para que ele trabalhe. E tem apoio interno – o que parecia faltar a Waldir Pires, a quem o gaúcho substituiu. Tarso Genro, outro santa-mariense no governo, já botou a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, a ele subordinada, no ministério da Justiça, a fiscalizar empresas. Já que a ANAC não trabalha…
Enfim, Jobim tem respaldo. Por enquanto. E por quê? Por duas razões básicas. A primeira é que ele sabe se impor – e exigir, como fez, ao aceitar o convite de Lula. A segunda, talvez mais importante, é sua história, seu currículo de deputado, ministro (da Justiça) e jurista (ministro do Supremo, do qual foi presidente). Uma autoridade moral que vem desde os tempos da Constituinte, quando exercia o primeiro dos dois mandatos parlamentares.
Como cidadão, só resta uma coisa: torcer para que ele tenha êxito. Em benefício da sociedade. E que continue a roncar grosso, se isso for necessário.
SUGESTÕES DE LEITURA – confira aqui o artigo Os desafios de Jobim, escrito pela jornalista Eliane Cantanhêde, da Folha Online.
Leia também a reportagemJobim: crise aérea é um problema “estrutural”, assinada por Rodolfo Torres, no Congresso em Foco, com o resultado da entrevista coletiva do ministro da Defesa recém-empossado.
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