Observatório. Confira aqui a versão original da coluna publicada neste sábado, 3 de janeiro
SÓ ALGO MUITO EXTRAORDINÁRIO PARA SCHIRMER LEVANTAR RECESSO DA CÂMARA
APOSTE – Somente algo extraordinário, e por enquanto invisível no horizonte político-administrativo santa-mariense, o prefeito Cezar Schirmer levantará o recesso legislativo. Mudanças, inclusive no organograma, ficarão para depois do carnaval.
ELES TÊM O PODER, EMANADO DE SCHIRMER
De cara já é possível prever quem tem poder político no secretariado de Cezar Schirmer – emanado do próprio prefeito, naturalmente. Aliás, nem é preciso gastar muitos neurônios para perceber, inclusive pelo acúmulo de funções, todas de absoluto relevo político, que o tucano Jorge Pozzobom (ocupando-se de duas secretarias estratégicas) e o progressista José Farret (na emblemática Saúde, e como vice-prefeito) são os mais poderosos. E, com eles, inclusive porque é o dono da chave do cofre e da absoluta confiança política e pessoal do prefeito, soma-se o secretário de Finanças Antonio Carlos Lemos.
O secretariado girará todo em função do prefeito, que todos já perceberam ser um centralizador (com tudo o que isso significa de bom ou nem tanto), e desse trio avançado da administração. Ah, e misturado (mas distante, ao mesmo tempo, por sua reconhecida capacidade técnica e conhecer o plano de governo como quase nenhum outro) também desponta Carlos Brasil Pippi Brisola.
O potencial de ciúme despertado por esse trio (ou quarteto, acrescentando-se Pippi) não é algo desprezível. Mas também é assim que se faz política. E quem manda, creia, é sempre o comandante – o juiz das eventuais (e normais e naturais) desavenças.
QUER APOIO DE RONALDO MOTA PARA DISPUTAR A REITORIA DA UFSM? ESQUEÇA!
Sim, 2009 tem mais uma eleição em Santa Maria. A mais importante, depois da escolha de prefeito, vice e vereadores. No caso, a que vai definir o novo reitor da UFSM. O pleito acontece em junho e já tem os dois candidatos. Pela situação, Felipe Muller (atual vice-reitor), tendo como parceiro Dalvan Reinert. Pela oposição, Paulo Afonso Burmann, sem vice ainda definido.
Em tempo: se alguém pretender contar com o apoio de Ronaldo Mota, de grande popularidade na instituição e hoje no ministério de Ciência e Tecnologia, esqueça. Ele ficará afastado do processo. Inclusive porque é uma orientação do próprio MCT (e também do MEC) para os que trabalham lá, em funções de confiança. E há, ainda, o fato óbvio de que os dois ministérios trabalharão com quaiquer dos eleitos. Logo, Mota está fora e ninguém poderá usar o nome dele, mesmo que queira.
JOÃO CARLOS MACIEL E O SONHO REALIZADO
Com ou sem motivo – e ele tem os seus – João Carlos Maciel, do PMDB, queixou-se, mais uma vez, na última sessão da Legislatura passada, na terça-feira. Se declarou chateado por não ter mantido uma relação cordial com o ex-prefeito Valdeci Oliveira.
Supõe-se que, desde quinta-feira, 1º de janeiro, esse problema deixou de existir. E por duas razões básicas. Uma é o fato de o Chefe do Executivo ser, agora, Cezar Schirmer, que apoiou (e por ele foi apoiado) Maciel desde a chegada do radialista, há duas eleições o vereador supercampeão de votos. E a outra é institucional: trata-se do presidente do Poder Legislativo Municipal, em linha direta com o prefeito. Enfim, um sonho realizado – ousa afirmar Observatório, cumprimentando João Carlos Maciel e desejando-lhe toda a sorte do mundo. Na relação vereador-prefeito e na presidência do parlamento.
DA SURPRESA DE 2005 À CALMARIA DE 2009
A seção Não custa lembrar
Em 1º de janeiro de 2005:
Acredite! Há ao menos três que podem presidir a Câmara – Sérgio Cechin? Júlio Brenner? Ovídio Mayer? Um quarto nome? É incrível, mas, a poucas horas da posse dos 14 integrantes do Parlamento Municipal, qualquer um desses três nomes pode virar presidente da Câmara. E, acredite, não está aí um delírio do colunista, mas apenas a observação atenta do vaivém das negociações em torno da Mesa Diretora do Legislativo, a ser eleita no final da tarde deste sábado, 1º de janeiro.
Hoje:
Como se sabe, passados exatos 4 anos mais 2 dias da publicação da nota ao lado, foi tudo muito tranqüilo na eleição para a direção da Câmara. Detalhes foram acertados nos últimos dias, é verdade, mas desde o pleito dominical de 5 de outubro havia a certeza de que PP e PMDB acordariam, levando juntos DEM e PSDB. Sem traições. Pelo menos no primeiro ano. Ao contrário de 2005, quando tudo parecia certo e, de repente, a maioria ficou minoria. E Júlio Brenner eleito, para constar.
SCHIRMER E CECHIN QUEBRAM O GALHO DO AUTO-DESEMPREGADO ISAIAS ROMERO
A seção Luneta
Dona Fátima Schirmer vai atuar, sim, na administração municipal. Terá funções junto ao gabinete do prefeito, voltada à área social. Mas sem remuneração.
Prefeito petista de São Pedro do Sul, Marcos Senger, está importando dois companheiros de seu partido em Santa Maria para o primeiro escalão.
Além do já anunciado Loreni Maciel, secretário de Obras, também Liana Ebling estaria se transferindo para a cidade vizinha. Ela atuaria na pasta de Planejamento.
Acrescente-se: o PT de Santa Maria está exportando, fruto do acúmulo de experiência nos últimos oito anos, não poucos militantes.
Canoas é o destino mais congestionado. Mas também outras comunas, inclusive Santa Cruz do Sul, governada pelo PTB, receberá gente da boca do monte.
Maldade ou não, é fato: sobram petistas ilustres a dizer que Jorge Trindade e Luiz Carlos Fort têm uma inusitada veia governista. O que isso significa? Ora, exatamente o escrito.
Isaias Romero volta a ter emprego, ele que se declarou desempregado. Cezar Schirmer e Sérgio Cechin quebraram o galho dele. Um por convidar. O outro por aceitar.
O vereador do PP será o secretário de Ações Comunitárias, abrindo espaço na Cãmara para Romero. Quer dizer, o desemprego só durará o tempo das férias, ops, do recesso.
Parece cada vez mais evidente que Sérgio Cechin, ao aceitar a secretaria de Ações Comunitárias, prepara novos vôos à sua carreira política. Quais? O futuro dirá.
Festas de Valdeci e Vilmar Galvão. No mesmo dia (terça, 30) e hora (21h). Coincidência, apenas, dado o calendário espremido. Nada a ver com divergências, em princípio.
Se bem que se encaminha uma disputa (por enquanto) cordial entre os dois, que deverão assumir candidatura à Assembléia, em 2010.
Aliás, ambos estão neste momento em férias. No caso do ex-prefeito, à beira do rio Toropi. Mas só por 15 dias. Depois, é pensar no pleito de daqui 20 meses.
Um fantástico 2009 para todos os leitores. E que a política, é particular desejo deste jornalista, seja exercida com a dignidade exigida pelos cidadãos. Não se trata de pedido demasiado, por certo.
Você também pode encontrar este colunista diariamente às 7h45, e ao meio dia, na rádio Antena 1; e a qualquer momento no site www.claudemirpereira.com.br.
O prefeito e uma ótima idéia de transparência. Mas há dificuldades
Schirmer deu a dica já
na posse. Com todo o
respeito: e os outros?
Não se trata apenas de transparência. É também uma aposta mais ampla na informática para a eficiência da gestão pública. Essa foi uma declaração do prefeito Cezar Schirmer, ao ser empossado em solenidade na Câmara, na tarde de quinta. As palavras vieram para justificar uma das primeiras ações do Executivo entrante: a montagem de um portal na internet com informações relevantes da administração pública, constando todos os ofícios recebidos e expedidos, pagamentos efetuados, diárias pagas, entre outros dados.
Longe está o colunista de duvidar da intenção do prefeito. Ao contrário, saúda essa intenção de tornar absolutamente límpida a administração pública. É o que a sociedade deseja, embora talvez não se lembre de exigir – o que seria o caso, inclusive, para toooodos os níveis, da comuna ao País, e poderes, do Executivo ao Judiciário.
Os instrumentos estão aí, disponíveis. Treinamento para o devido uso igualmente. Vontade política do comandante também é o caso, explicitado com (e em) solenidade pública. Então, por que diabos, o colunista tem dificuldade em acreditar na realização de tamanho desafio?
Simples: esse tipo de medida, não obstante a clara manifestação do prefeito, não dependerá só da vontade dele. Mas da totalidade dos que o cercam. E, desculpa prefeito, mas muitos dos que se pode ver na sua solenidade de posse e na transmissão do cargo, terão que ser enquadrados de uma forma tão firme que, provavelmente, serão espirrados do governo muito antes do que o Chefe do Executivo imagina.
A não ser, claro, que seja exatamente isso que Cezar Schirmer queira – inclusive para viabilizar a excelente idéia político-administrativa. Será?
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