Guerra Civil. Greve nos presídios agita São Paulo
São Paulo (e o Brasil) não consegue esquecer aqueles dias, iniciados em 12 de maio e encerrados uma semana depois, após um nunca confessado acordo entre as autoridades do Estado e o PCC (Primeiro Comando da Capital) organização que comanda o crime organizado em território paulista.
Para relembrar: naquele curto período, mais de 170 pessoas foram mortas – boa parte dela agentes de segurança, fossem penitenciárias, civis, militares e até rodoviárias, mas também supostos criminosos, muitos deles ainda sem identificação. Quase uma centena de presídios se viram, a partir da noite de sexta-feira, 12, com rebeliões lideradas por ordem do PCC.
Foi um horror, para a população, sobretudo a que vive na capital que simplesmente ficou em casa, durante dois ou três dias, e, especialmente, noites. Recém empossado no cargo, o governador Cláudio Lembo desancou em cima de seu antecessor, Geraldo Alckmin, que renunciara para concorrer à Presidência da República, ao mesmo tempo em que fazia salamaleques em Lula, que lhe telefonou colocando-se à disposição, diferentemente do tucano a quem sucedia.
Isso faz quase dois meses. É verdade que, na aparência, a situação voltou ao que era antes do 12 de maio. Mas, mais e mais a impressão que sobre é de que nada será como antanho. Aliás, a cada dia surgem novas informações sobre o recrudescimento da violência. O alvo principal são os agentes penitenciários. Ao ponto de, incrivelmente, se ter a noção de que a guerra civil paulista não acabou. E, pior, paira a sensação de que nunca terminará. Até aqui, desde o episódio inicial, mais de 14 agentes dos presídios foram assassinados.
E neste momento exato, por exemplo, os agentes penitenciários estão em greve e as visitas proibidas em pelo menos 19 cadeias. Quer algo mais explosivo do que proibir a visita de parentes aos detentos? Vai esse domingo ao Presídio Regional de Santa Maria e pergunte aos familiares dos apenados como eles se sentiriam (e alguns já se viram nessa situação, eventualmente) sem poder entrar para ver seus entes queridos. A resposta que ouvir, certamente te dará a medida do que acontece em São Paulo, agora. E o que pode acontecer, a partir do que ocorre com a paralisação dos serviços penitenciários.
A propósito da guerra civil em terras paulistas e, especificamente, em relação à greve, leia material distribuído pelo portal Terra, na noite deste sábado:
SP: Agentes paralisam 19 presídios, diz secretaria
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo confirmou hoje que 19 penitenciárias do Estado estão com as atividades paralisadas em protesto contra as mortes de agentes penitenciários pelo crime organizado, que chegam a 14 desde maio deste ano. O Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional de São Paulo (Sinfuspesp) contesta esse levantamento e afirma que há 45 unidades prisionais em greve.
A situação nos presídios piorou quando os agentes penitenciários declararam greve de 24 horas a cada agente morto. Nas unidades em greve, todas as atividades foram paralisadas, com exceção de alimentação, atendimentos de urgência e alvarás de soltura.
Em meio ao agravamento da situação, o governador Cláudio Lembo (PFL) e o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, se reuniram e prometeram uma maior integração da força estadual com a polícia federal e apoio para o porte de armas de fogo aos agentes penitenciários fora de serviço.
Na madrugada de hoje (sábado), o vigia de uma empresa privada que trabalhava no prédio da Justiça Federal em São Paulo, na avenida Paulista, foi morto na madrugada deste sábado por criminosos que teriam se passado por entregadores de jornal. Francisco de Assis Tavares foi atingido por um tiro na cabeça quando se aproximava para atender os dois homens. A polícia investiga se o caso tem ligação com o assassinato de agentes penitenciários em São Paulo…
SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem,bem como outras notícias sobre a guerra civil paulista, pode fazê-lo acessando a página específica acerca do tema, no Portal Terra, no endereço http://noticias.terra.com.br/brasil/guerraurbana/.
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