De pronto, um elogio: o setor de comunicação da Associação dos Professores Universitários de Santa Maria (APUSM) tem feito um importante resgate, ao publicar, no sítio da organização, entrevistas com pioneiros da educação na cidade. Não, não precisa concordar com o que eles dizem. Que isso é de cada um. O fundamental é dar voz a quem pode contribuir, no mínimo, com informações hoje perdidas por aí, ficando apenas na memória de uns e outros.
Nesse sentido, inclusive, vale reproduzir aqui, para, modéstia às favas, ampliar esse trabalho, o material colhido junto à professora Maria Helena Silveira Neto, que está lá na origem da UFSM, nos primórdios dos 60’s. A reportagem (que também pode ser conferida em vídeo, no sítio da APUSM) é de de Ricardo Ritzel, com foto de Lorenzo Franchi. Acompanhe:
“Estes pioneiros e suas histórias: Professora Maria Helena Cunha
A UFSM entrou muito cedo na vida da professora santa-mariense Maria Helena Silveira Neto Cunha. Antes mesmo de a Universidade existir, como ela mesma enfatiza.
Se por um lado teve a influência do pai, o médico Alfredo Silveira Neto, que também era professor universitário e exerceu o magistério nas faculdades de Medicina e Farmácia da antiga Universidade do Rio Grande do Sul; Pelo outro, sua mãe, Noemi Marques da Rocha Silveira Neto, era prima do futuro reitor, José Mariano da Rocha Filho, e a família acompanhou de muito perto todos os movimentos que levaram a criação da primeira universidade no interior brasileiro.
Maria Helena relembra que depois de completar seus estudos em Porto Alegre, primeiro no tradicionalíssimo Colégio Sevigné e, depois, na Pontífice Universidade Católica do Rio Grande do Sul, começou sua carreira no magistério e não parou mais pelo amor incondicional que sempre teve pela profissão. Tanto que hoje, aposentada, enfatiza que se voltar depois da morte, não terá dúvida alguma: será professora novamente!
Ser professora
“Meu marido era militar e foi transferido para Santiago, em 1957. Lá eu comecei a minha carreira no magistério e também esta minha identificação com meus alunos. Eu os adorava e eles me adoravam. Chegavam a fazer seguidas serenatas para mim, deixando meu esposo brabo, furioso, já que tinha que acordar bem cedo no outro dia para ir ao quartel.
E, eu gosto tanto de ser professora, que quando cheguei a Santa Maria e comecei a lecionar na UFSM, não havia 40 horas de carga horária. Então, por 10 anos também trabalhei 20 horas, pelas manhãs, como professora e vice-diretora do Maneco, até me dedicar exclusivamente ao Ensino Superior…”
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