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Que não se diga que José Dirceu é um covarde

José Dirceu, o deputado petista de São Paulo que um dia mandou no seu partido, forjou as alianças que quis (e, claro, com o aval de Luiz Inácio Lula da Silva – ou alguém acredita que não?) e que hoje é o verdadeiro “Cristo” da Nação, dificilmente deixará de ser defenestrado do Congresso Nacional. Há 102 chances em 100 de isso acontecer. Mas, convenhamos, se cair, será de pé. Afinal, não lhe falta esforço na luta para manter o mandato e a honra política.

E não é só esse jornalista que pensa desta maneira. Confira o comentário de hoje, na rádio CBN (em reprodução feita no site de Ricardo Noblat, da cientista política Lucia Hippolito:

“O homem disposto a cair de pé
Esta semana será decisiva para o destino de José Dirceu e dos outros 13 deputados envolvidos no escândalo do mensalão.
No caso de José Dirceu, o Supremo Tribunal Federal vai julgar o recurso impetrado pelo deputado pedindo arquivamento do processo, alegando que está sendo acusado de quebrar o decoro parlamentar, mas não era deputado quando tudo aconteceu.
Só para lembrar, José Dirceu está sendo acusado de ser o supremo arquiteto do mensalão, o mentor intelectual do loteamento do Estado brasileiro entre amigos e apaniguados, o guia genial da compra das bancadas aliadas para votarem a favor do governo na Câmara.
Dirceu já reconheceu que tem responsabilidade política sobre tudo o que aconteceu, mas, segundo suas palavras, a cada dia fica mais convencido de sua própria inocência. Se o processo demorar muito, periga José Dirceu se convencer de que não cometeu nem o pecado original.
Se o STF decidir contra o pedido, o processo continuará a correr. O relator apresenta seu parecer ao Conselho de Ética, os membros votam e, se for o caso, o processo contra José Dirceu termina numa votação secreta pelo plenário da Câmara.
Mas se o STF decidir a favor do pedido, este processo é arquivado. Sempre resta o problema do desrespeito à Constituição. Segundo o Art. 54, a partir do momento da diplomação um deputado não pode exercer atividade remunerada em outro poder que não seja o Legislativo, com exceção dos cargos de ministro e secretário.
Acontece que, como todo mundo já sabe, a esta altura, José Dirceu ocupou cargo remunerado no Conselho de Administração da Petrobrás em 2003. Só deixou a função justamente porque foi alertado de que estava infringindo a Constituição e poderia perder o mandato, como, aliás, determina o Art. 55.
Mas aí será um novo processo, o que só vai contribuir para prolongar a agonia do deputado José Dirceu, que está sangrando em praça pública desde fevereiro de 2004, quando o escândalo Waldomiro explodiu no seu colo.
Apesar disso tudo, honra seja feita. José Dirceu recusou-se a renunciar, alegando que seria uma confissão de culpa, e vem defendendo seu mandato o quanto pode.
Talvez esteja até exagerando um pouco, constrangendo pessoas, tentando comover a opinião pública e impressionar seus colegas deputados, que poderão vir a ser seus juízes.
De toda forma, é bem mais digno do que os outros deputados envolvidos, que choramingam e protestam inocência, quando todo mundo sabe que se beneficiaram das estripulias financeiras da dupla Delúbio-Marcos Valério.
Pelo menos, José Dirceu decidiu lutar até o fim e, se for o caso, cair de pé.”

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