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Segunda-feira, o dia do festival de renúncias em Brasília. Não é pouca coisa. Ou é?

Às 6 e 1 da tarde desta segunda-feira, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados deverá abrir o processo contra 13 parlamentares denunciados pelas CPIs dos Correios e da Compra de Votos, depois do rito já cumprido: primeiro a Corregedoria, depois a Mesa Diretora da Casa.

O que significa isso, objetivamente? Simples. Até um minuto antes, às 6, ainda haverá prazo para os interessados renunciarem aos mandatos, literalmente fugindo ao processo, e garantindo a possibilidade de concorrer de novo em 2006. Se não fizerem isso, há 10 chances em 10 de o processo concluir pela culpabilidade deles e ser encaminhado ao plenário. Lá, há 100 chances em 100 de perderem seus direitos políticos por oito anos e, na prática, terem que encerrar suas carreiras.

Por conta disso, há grandes, enormes, possibilidades de o país assistir, no primeiro dia útil desta semana, a um verdadeiro festival de renúncias. Inclusive porque, segundo leio no sempre bem informado site de Ricardo Noblat (www.noblat.com.br), o ministro Ayres de Britto, do Supremo Tribunal Federal, antes das 2 da tarde desta segunda, negará liminar ao pedido feito pelos seis petistas incluídos no pacote dos processos.

Entre os prováveis renunciantes estão no mínimo cinco do PT: os paulistas João Paulo Cunha, Professor Luizinho e José Mentor, o baiano Josias Gomes e o paraense Paulo Rocha. Apenas o mineiro do lote petista, o mineiro João Magno, ainda estaria resistindo à idéia. Não é arriscado dizer, também, que os quatro deputados do PP processados, devem dar tchau ao Congresso ainda nesta segunda: o paranaense José Janene, o pernambucano Pedro Corrêa, o mato-grossense Pedro Henry e o paulista Vadão Gomes. Ah, e também é dada como certa a renúncia do peemedebista José Borba.

Agora, só cá entre nós, se tudo isso de fato acontecer, o que sobrará ao Conselho de Ética? Afinal, se não errei nas contas, no início da noite desta segunda-feira (além dos processos que lá já estão, contra o goiano do PL, Sandro Mabel; o paulita do PT, José Dirceu; e o mineiro do PTB, Romeu Queiroz), ficarão apenas dois para serem julgados e, irremediavelmente, guilhotinados: o mineiro do PFL, Roberto Brant, e o paulista do PL, Wanderval Santos. E só.

Assim, embora não seja pouca coisa (pode acreditar que não é), cassação meeeesmo, além dos cinco que sobrarão, só a de Roberto Jefferson, do PTB, que, aliás, foi quem deu a largada às denúncias. Ah, e houve outras três renúncias já confirmadas: Carlos Rodrigues (PL-RJ), Valdemar Costa Neto (PL-SP) e o notório Severino Cavalvanti (PP-PE).

Geeente!!! Não é pouca coisa, definitivamente não é. Nada menos que 19 (contem de novo, comigo, por favor) deputados estiveram na mira. E teremos 13 renúncias e seis cassações. Você acha pouco? É. Talvez seja.

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