PMDB torna-se sigla lotada de ressentimentos. E Santa Maria sai perdendo, por tabela

Terminou em confusão a convenção municipal do PMDB. E até chegar à eleição da Executiva, que tem Haroldo Pouey, como o novo presidente (leia a notícia imediatamente abaixo), viu-se um conflito de razoáveis proporções.
BR> De um lado, o grupo liderado por Tubias Calil. De outro, a chamada corrente “histórica”, que tem, por exemplo, Jaime Hommrich, João PTB (Presidente de Honra), Abdo Mottecy e Antonio Carlos Jordão.

Apesar da chuva intermitente do dia inteiro, com 338 votantes, número suficiente para atingir o quorum mínimo, os convencionais elegeram o Diretório Municipal. A chapa única obteve mais de 3 centenas de votos, como era esperado. O problema começou quando da eleição da nova Executiva.

Todas as negociações havidas nos últimos dois dias, inclusive neste domingo, não chegaram a bom termo. Inclusive porque, objetivamente, Tubias e os seus, majoritários, não queriam abrir mão da totalidade dos cargos e o suposto oferecimento de três funções ditas subalternas fez parte da estratégia de provocar a recusa.

No final da convenção, após às 5 da tarde, e convocado o militante mais idoso para presidir o evento e convocar a reunião do Diretório, não foi acatada a decisão anunciada por João PTB, e referendada pelo segundo mais idoso, Arlindo de Freitas, marcando a eleição da Executiva para a próxima quinta-feira.
BR> A chiadeira foi muito grande e, resultado, abriu-se o período para formação de chapas, em convenção então dirigida por Sonia Hoher. A eleição se deu e foi praticamente aclamada a Executiva proposta pelos liderados de Tubias Calil.
BR> Como conseqüência, é possível, embora pouco provável, que os derrotados – e que não participaram do pleito de hoje (tanto que foram convocados suplentes para participar da reunião do Diretório) – pretendem se reunir até terça-feira, não descartando a hipótese de entrar na Justiça Eleitoral contra a decisão de fazer a eleição neste domingo – contrariando a posição do então presidente da convenção, João PTB. OPINIÃO CLAUDEMIRIANA: Antes de mais nada, um esclarecimento. Já me perguntaram porque coloco aspas na expressão “históricos”, quando me refiro aos opositores de Tubias Calil. Simples. É porque também há históricos (no sentido de mais antigos) apoiando o grupo do vereador. Logo, nem todos os da chamada “velha guarda” são oposicionistas. É até um sinal de respeito àqueles que, afinal, apostam no vereador.
BR> Já em relação à possibilidade de entrar na Justiça, a mim parece, embora entendendo as razões dos que assim eventualmente venham a proceder, mais aparenta, como no futebol, “choro de perdedor”. Objetivamente, Tubias e os seus apoiadores têm maioria no Diretório e qualquer decisão será apenas postergatória. Na verdade, como confidenciou uma fonte, o que os “históricos” desejavam era mais tempo para negociar. Gostariam de ter um dos vice-presidentes e a secretaria geral. Desses cargos, porém, não abriria mão o jovem parlamentar. Logo, era apenas uma questão de tempo.
BR> A questão, agora, é o futuro. A candidatura Tubias Calil à Assembléia Legislativa está garantida. Como também a de Cláudio Rosa, se ele a desejar (respaldado pelo Diretório Estadual). Igualmente a de Antonio Carlos Jordão e Luiz Celso Giacomini, ambos apoiados por outros municípios da região central e oeste. E até a de Sérgio Medeiros, a última que surgiu, com apoio segmentado de brigadianos.
BR> Quem sai ganhando com tudo isso? Certamente não o PMDB de Santa Maria. Houve claros equívocos de condução nesse processo todo, que acabou transbordando em conflito incapaz de ser contornado em muito tempo. São ressentimentos e mais ressentimentos. Quem perde? Num primeiro momento, o partido. Num segundo, a própria comunidade – dada à dificuldade óbvia de termos mais um deputado estadual, tamanha será a dificuldade peemdebista de eleger qualquer dos cinco, isso mesmo, ciiiinco, pretendentes.
BR> É uma pena. Pena mesmo.