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Uma coluna Observatório exclusiva para você. Ela não está no jornal

Alguns temas se repetem. Outros, não. A seção Não Custa Lembrar, por exemplo, você só lerá aqui. Por conta de problemas técnicos (leia a nota anterior, ADSL havia ido para as cucuias. Para compensar, duas colunas Observatório, uma inédita, para você), a primeira versão acabou sendo mudada de última hora, na redação do jornal A Razão, que a publica, semanalmente, aos sábados.

Há pontos, claro, que acabaram coincidindo. Especialmente os assuntos. Mas a seção Luneta, por exemplo, é quase totalmente inédita.

Enfim, eis aí, exclusiva para você, a coluna Observatório que não foi publicada.


Cadê a estrutura?
Concorrer com PMDB e PT, no Rio Grande do Sul, não é tarefa das mais simples, certamente. Especialmente pela estrutura e capacidade de organização de ambos, a menos que algo extraordinário ocorra, acabarão polarizando a disputa.
O PP, que também é forte, têm problema de outra natureza, que não a estruturação interna: Francisco Turra é capaz e suficientemente preparado, mas é desconhecido; tem que ser “feito”. E o PDT, que tem nome, Collares, briga muito internamente e, na hora da campanha, isso pesa – ao contrário do PT, por exemplo, em que há sempre, nesse período específico, uma trégua na luta fraticida.
Quanto às demais agremiações, a situação é ainda pior. Há nomes fortes, mas… e o resto? Tome-se Santa Maria. Quem fará o proselitismo, aqui, em torno de Yeda Crusius, do PSDB? Jorge Pozzobom? Ele é “o bom”, mas é ele, e não o partido tucano.
Situação ainda é a de Nelson Proença. Sua sigla, o PPS, é menos que minúscula no município, por mais honrada, fiel e dedicada seja a pouco mais de meia dúzia de militantes da agremiação na cidade.
Por essas e outras que, gostando ou não, Yeda e Proença serão, apenas, excelentes cabos eleitorais, num eventual segundo turno. A menos que mude muito, mas muuuuuito meeeesmo, a conjuntura até agosto, quando a campanha acontece para valer.

Tubias se mexe

Que não se diga que Tubias Calil anda parado. Nem pode. Afinal, seu concorrente direto, Luiz Celso Giacomini, anda rápido e contabiliza apoios aqui mesmo em Santa Maria em quantidade muito mais significativa do que imaginaria o vereador do PMDB.
Mas Tubias se mexe, ah, se me mexe. Nesta semana recebeu pelo menos três apoios que podem ser catalogados na categoria de importantes. Um, o do ex-prefeito de mata, Rui Gabriel, que estaria fazendo campanha pelo santa-mariense no Vale do Jaguari. Outro, o do ex-prefeito Osvaldo Nascimento da Silva, aqui mesmo na cidade. Com um detalhe: o ex-prefeito, para ajudar de fato Tubias, precisa se empenhar mais do que fez na sua própria tentativa de eleger-se vereador, em 2004, pelo PDT.
Um terceiro apoio, a se confirmar, tem especial significado: o diretório de Faxinal do Soturno escolheu Tubias, numa reunião-almoço acontecida na quarta-feira, como o candidato preferencial daquele município. Se isso aconteceu, trata-se de uma cunha na candidatura Giacomini, sabidamente forte na Quarta Colônia.

Data certa para dizer sim. Ou não

Junho pode ser tarde para Rigotto dizer não, afirma Schirmer
No início da semana, entrevistado em Porto Alegre, o deputado santa-mariense Cezar Schirmer disse que “(o governador Germano Rigotto) tem até junho para dizer Sim (à candidatura à reeleição). Para dizer Não já será muito tarde”.
As palavras exatas talvez até não tenham sido as reproduzidas aqui. Mas, certamente, são muito parecidas na literalidade, e totalmente corretas no sentido. Na verdade, o PMDB, e Schirmer, Eliseu Padilha e Antonio Holfeldt, estão mais que interessados em saber o que vai fazer o governador.
Rigotto perdeu (daquele jeito, mas perdeu) a consulta que resultou na candidatura, a ser ou não confirmada em convenção, de Anthony Garotinho, para a Presidência da República. E ficou agarrado no que havia dito antes: a Presidência ou nada! Ou, em outras palavras, não quer ser candidato de novo a governador.
Ocorre que 10 entre 10 peemedebistas sabem que com Rigotto a eleição é muito mais facilitada. Há quem o entenda, inclusive, favorito. Sem ele, são duas questões postas.
A primeira é a disputa para ver quem será o nome do partido ao Piratini. É onde entram Schirmer, Padilha e Holfeldt – todos pretendentes legítimos a comandar a chapa majoritária.
E a segunda é, talvez, mais grave: sem Rigotto, o pleito fica “aberto”, com chances iguais para todo mundo, em princípio. O que significa, objetivamente, a perda da dianteira do PMDB no processo sucessório.
Talvez seja exatamente por isso a pressão sobre o titular do Piratini. Tem ele o direito de fazer o PMDB sofrer até junho? Ainda mais que a indefinição já provocou o assanhamento de outras siglas que seriam aliadas – e não serão mais, independente da posição a ser anunciada por Germano Rigotto.

Rigotto aqui. E Schirmer em Brasília. É isso!

O texto acima é a interpretação pessoal e exclusiva de Observatório sobre o que disse Schirmer, no início da semana em Porto Alegre. Ele pensa mais, muito mais, em si mesmo, claro. E está correto. Quanto mais tarde demorar para iniciar a campanha, pior. Ainda mais porque uma coisa é concorrer ao Piratini, outra bem diferente é tentar a reeleição para a Câmara Federal. São dois processos distintos, exigindo estruturas completamente diversas, não raro excludentes.
Mas, e essa é outra posição da coluna, talvez o santa-mariense devesse se preocupar exclusivamente com a tentativa de manter-se em Brasília. Sim, Germano Rigotto, agora ou em junho, vai dizer (porque não tem outra saída) que é candidato a um novo mandato de governador. E Schirmer precisa ir atrás de seus votos para deputado federal. E ponto.

Não custa lembrar
Vamos combinar que, agora, é bem mais complicado

Em 15 de dezembro de 2001:
“* Paulo Roberto Pimenta articula dobradinhas em todo o Estado, viabilizando, assim, sua candidatura a deputado federal.
* Além de Fabiano Pereira (e Renan Kurtz?), um dos mais fortes parceiros de Pimenta é Estilac Xavier, vereador em Porto Alegre e que é candidato a estadual.
* Há quem aposte, inclusive, que Estilac, formado em engenharia e ex-militante estudantil na UFSM, está cotado como um dos campeões de voto do PT para a Assembléia Legislativa.”

Hoje:
Da publicação das notas ao lado, na seção Luneta, decorreram exatos 4 anos e 5 meses. No ano seguinte, Pimenta se elegeria facilmente, da mesma forma que Estilac. Fabiano penou, mas logrou conseguir vaga na Assembléia. Kurtz teve votação insuficiente, embora digna. E agora, já à boca de um novo pleito? É verdade que Pimenta, Estilac e Fabiano ampliaram o trabalho, conquistando novas fontes eleitorais. Aconjuntura, porém, é beeem diversa e, é fato, as dificuldades muuuuito maiores. A conferir!

Luneta

Sérgio Medeiros, por conta de seu apoio à candidatura de Luiz Celso Giacomini à Assembléia, esteve com seu cargo de coordenador da Fepam em Santa Maria por um fio de cabelo, na semana passada.

Fatores, inclusive alheios à política-partidária, surgidos à ultima hora, não apenas mantiveram o coronel reformado da BM na função, como o promoveram a supervisor de todas as coordenadorias da Fepam no Estado.

Mudanças na forma de pagamento e concessão de diárias na Câmara de Vereadores, ao que tudo indica, não passam de conversa fiada de corredor. E o contribuinte que se lixe.

Aliás, que semana curtinha essa que passou, no Legislativo Municipal. De novo, tudo na conta dos que pagam impostos.

A propósito, e como esta coluna anotava há duas semanas, a tendência, diante da falta de projetos, quaisquer que sejam eles, inclusive do Executivo, o que tem sobrado, no Parlamento, é discurso.

Infelizmente, é nessa hora que as mentes luminares produzem as maiores bobagens, a maioria inconseqüente. Que pena. O debate poderia ser muito bom, não fossem as interferências eleitorais.

Da votação do Orçamento da União e, principalmente, do seu cumprimento, dependem muitas das obras previstas no município, patrocinadas pela Prefeitura.

Em compensação, a iniciativa privada faz sua parte e o Parque Municipal, por exemplo, estará disponível à comunidade em muito menos tempo do que a burocracia oficial poderia permitir.

O contrato de compra do terreno, no bairro Nonoai, por exemplo, já foi até assinado. E, que ninguém duvide, as obras começam muito brevemente.

Perguntinha impertinente: como vai a campanha de Ovídio Mayer à Câmara dos Deputados? Se bem que, lembra, quando ele concorria à vereança, também não se falava no nome dele. E deu no que deu…

Está certo, está certo. Agora não são 3,5 mil votos, mas 100 mil, a necessidade de quem pretende ir a Brasília no comboio petebista. Mas…

Você também pode ler essa coluna, na íntegra, e em sua versão original (sem as eventuais correções feitas na redação) também no site do colunista na internet: www.claudemirpereira.com.br.

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