PMDB faz convenção em 29 de junho. E como fica a candidatura de Pedro Simon?

Não tenho o condão de adivinhar. Ainda não. Por isso, é impossível antecipar o que dirão os jornais gaúchos, amanhã, acerca das chances de Pedro Simon viabilizar-se como candidato a Presidente da República, pelo PMDB.

O que sei, no entanto, é o que penso – e você está cansado de saber, se lê essa página habitualmente. Trata-se de um desperdício de tempo, por mais qualidades éticas, morais e políticas que têm esse que é um dos mais, junto provavelmente com Alceu Collares, do PDT, veteranos políticos gaúchos. Com todas as condições de ser qualquer coisa no País, inclusive Presidente.

No entanto, a conjuntura é óbvia demais para ser desconhecida. O PMDB é um partido – por maior que seja, e é – sem nenhuma identidade. Valem os interesses regionais e/ou pessoais e/ou de grupos. E pela candidatura de Simon, sejamos claros, afora a grande – e nem tanto – mídia estadual, e os sinceros peemedebistas (que também são em grande número, no Sul), ninguém dá patavina.

Para que eu não fique falando (e escrevendo) sozinho, leia você mesmo opiniões não gaúchas (e isentas) publicadas nesta quinta-feira, na internet. Primeiro, Ricardo Noblat, em sua página (www.noblat.com.br). Depois, Josias de Souza , no seu blog (http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/). Ambos se referem às decisões tomadas nesta quinta pela Executiva do PMDB Nacional, que jogou para 29 de junho a convenção que vai decidir, definitivamente, se a agremiação terá candidato próprio à Presidência da República e quem, se a resposta for sim.

CONFIRA O TEXTO DO NOBLAT:

”Candidatura de Simon deve morrer na praia

Tudo indica que durou pouco o sonho do senador Pedro Simon (RS) de ser candidato do PMDB à sucessão de Lula.

A Executiva do partido acaba de transferir do dia 11 para o dia 29 de junho a convenção nacional que decidirá se o PMDB terá ou não candidato próprio a presidente. No dia 30 acaba o prazo para os partidos oficializarem seus candidatos em convenções.

As seções estaduais do PMDB não aguardarão até o dia 29 para saber se poderão fechar determinadas alianças com outros partidos. A verticalização impede que se unam nos Estados partidos que apóiem candidatos diferentes a presidente.

Simon e Garotinho anunciaram que baterão às portas da Justiça para antecipar a data da convenção. É improvável que a Justiça se meta na briga interna do PMDB.

Vitória, portanto, da ala governista do partido que abomina a idéia de ter candidato próprio a presidente.

Lula comemora em silêncio. E ainda se faz de modesto – alerta os companheiros para o risco do “já ganhou”.

Sem candidato do PMDB a presidente, a próxima eleição deverá ser decidida no primeiro turno. E Lula é disparado o candidato favorito para vencê-la.”

AGORA, O TEXTO DE JOSIAS:

“Simon põe o pé na estrada e PMDB já joga óleo

Uma coisa é preciso reconhecer. A turma que defende a tese da candidatura presidencial própria do PMDB já tentou tudo. O problema é que tudo não quer nada com esse pessoal. Nesta quinta-feira, Pedro Simon (RS) registrou no partido sua candidatura ao Planalto. Anthony Garotinho figura na chapa como seu vice.

Pois bem, mal Simon pôs o pé na estrada e já começaram a derramar óleo na pista. Reunida em Brasília, a Executiva do PMDB decidiu adiar a convenção do partido do dia 11 para 29 de junho. Inspirada pela ala lulista do PMDB, a providência transforma a candidatura Simon numa iniciativa natimorta.

Até o final de junho, as lideranças regionais do PMDB já terão costurado nos Estados as alianças que bem entenderem. E darão uma banana para o projeto nacional de Simon e Garotinho. Os partidários da candidatura própria acenam com a possibilidade de transferir a batalha, uma vez mais, para a seara judicial.

Incluído num dos cenários da pesquisa Datafolha fechada ontem, Simon obteve 2% das intenções de voto. Não é um percentual que convide à adesão.”