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Simon ainda luta. Ou será que lutam por ele?

Não deixa de ser curioso. Qualquer analista, que não seja do Rio Grande do Sul, lido ou ouvido, não aposta sequer um tostão furado na candidatura do senador gaúcho Pedro Simon à Presidência da República, pelo PMDB. Ninguém, rigorosamente ninguém, deixa de elogiá-lo, reconhecendo nele um homem de história política inatacável e procedimentos éticos irretocáveis durante sua vida pública de mais de meio século. E mais: o reconhecem com todos os qualificativos desejáveis de um líder nacional.

Por que, então, exceção feita à grande mídia gaúcha (e a nem tanto), e nomes do PMDB do RS, como Ibsen Pinheiro (que acaba de conceder entrevista à Rádio Gaúcha passando a impressão que todo mundo está lelé e a candidatura Simon é fato consumado), há descrédito total em relação ao lançamento do nome do senador à sucessão de Lula? Hein?

Já escrevi aqui: na verdade, todos os que detêm poder (mídia e parte dos partidos, na verdade) no mundo (vamos imaginar que o Rio Grande do Sul seja “o mundo”) conhece Simon e o vêem como uma alternativa ao favoritismo de Lula – que abominam – e à zebra Alckmin, a quem consideram inodoro e insípido como um chuchu (seu apelido carinhoso e autoreconhecido).

Só que… Só que… Só que o próprio Pedro Simon parece, e não poderia ser diferente, graças à sua estrada, ser o mais lúcido entre todos. Ele sabe que é virtualmente impossível dobrar os interesses regionais de seu PMDB e a vocação (que outrora já foi do PFL) de boa parte da agremiação de ser governo. E, não obstante os discursos, o que aparenta é que tudo volta ao seu lugar. Se bom ou ruim é ooooutra discussão.

Quer conferir? Então, leia essa reportagem publicada nesta quarta-feira pelo jornal Zero Hora, assinada por Fábio Schaffner, jornalista da RBS baseado em Brasília:

”PMDB é maior barreira para Simon

A despeito da empolgação das bases com o nome do senador Pedro Simon, os caciques do PMDB estão dispostos a sepultar a candidatura própria à Presidência a qualquer custo, privilegiando as alianças nos Estados.

Desta vez, o adversário não é apenas a ala governista da legenda, como ocorreu durante a prévia disputada por Anthony Garotinho e o governador Germano Rigotto. Adversários do governo Luiz Inácio Lula da Silva e até peemedebistas históricos trabalham para inviabilizar a candidatura.

Em Pernambuco, o ex-governador Jarbas Vasconcelos, fundador do antigo MDB, apóia o tucano Geraldo Alckmin à Presidência e tem o aval de PSDB e PFL para eleger governador o seu vice, Mendonça Filho. Na Bahia, o deputado Geddel Vieira Lima, crítico contumaz do Planalto, conduz uma aliança com o PT, apoiando o ex-ministro Jaques Wagner para governador. A situação se repete no resto do país, com o PMDB ora se aliando aos petistas, ora aos tucanos. Irônico, Geddel credita o lançamento de Simon à Presidência às dificuldades que o PMDB gaúcho estaria enfrentando.

– A eleição gaúcha está apertando. O PT está crescendo, e parece que a saída para quem sente a reeleição ameaçada é ser candidato à Presidência – diz Geddel.

Conversa com o governista Calheiros não teve resultado

Outro entrave à candidatura de Simon é a inclusão de Garotinho como vice na chapa. Acusado de irregularidades durante a campanha à prévia do partido e investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, Garotinho deixaria margem para ataques dos adversários ao discurso ético de Simon. A chapa é contestada até mesmo no PMDB.

– Usar Garotinho como bengala não condiz com a biografia de Simon – reclama Geddel.

Além da resistência dos chamados independentes, Simon precisa enfrentar o assédio do PT ao partido. Recentemente, o ministro da Coordenação Política, Tarso Genro, se reuniu com o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP). Na ocasião, Tarso teria oferecido de seis a oito ministérios num eventual segundo mandato petista em troca do apoio da legenda à reeleição de Lula.

– Eles sugeriram um divisão igualitária no governo. Teríamos acesso ao núcleo do poder – revela um dos próceres do PMDB.

Ontem, Simon partiu para o contra-ataque. Durante mais de uma hora de conversa com o senador Renan Calheiros (AL), um dos expoentes da ala governista, o gaúcho argumentou que a onda de violência…”


SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, pode fazê-lo acessando a página do jornal na internet, no endereço www.clicrbs.com.br/jornais/zerohora/

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