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Comissão desinteressada. Ou simplesmente inepta

Escrevi no sábado, na coluna Observatório, e reproduzi aqui no meio da manhã daquele dia: a comissão para rediscutir (ou discutir) itinerários e gratuidades do transporte coletivo urbano, nomeada em 2 de maio e com 30 dias para apresentar a sua conclusão, deveria ter cumprido seu trabalho em 1º de junho. E, descontando a ironia do texto, imaginava-se que pudesse ter realizado sua tarefa. Não realizou.

Não é por outra razão que não essa que a população já conhece o dito: “no Brasil, quando você não quer resolver um problema, cria uma comissão”. Pelo que se conhece do prefeito Valdeci Oliveira e da seriedade no trato com a coisa pública, especialmente aquela que toca aos interesses da maioria mais pobre da comunidade, satisfeito ele não deve estar. Afinal, uma determinação sua simplesmente não foi cumprida. Ao ponto de, conforme anuncia reportagem publicada nesta terça-feira, em A Razão ter-se visto obrigado a prorrogar por mais 30 dias o prazo para conclusão dos trabalhos coordenados pelo secretário de Trânsito, Transporte e Mobilidade Urbana, Carlos Félix.

Na sexta-feira, 2 de junho, houve uma reunião da comissão. Não sei os resultados (aliás, não houve), mas, segundo fonte que participou do encontro, sobraram “cobras e lagartos”. E uma das pessoas mais irritadas foi a procuradora do município, Anny Desconzi, que demonstrou com clareza toda sua inconformidade com a completa ausência de atos e fatos concretos da dita comissão. Principalmente porque, como se lerá mais abaixo, o secretário Félix diz já ter sido realizado “80%, 90% do trabalho”.

Também sei que não faltaram números para ser analisados. Só das empresas de ônibus foram solicitados incontáveis dados, suficientes para uma análise. Da mesma forma, planilhas chegaram a ser supostamente dissecadas. Mas, mas, mas… naaaada. Itinerários? Gratuidades? Bem, esses eram os temas da comissão que, por razões que somente a Prefeitura pode investigar, não se transformaram em algo digno de ser registrado.

Fiquemos, então, com o texto que o jornal publica, e que dá conta da prorrogação dos trabalhos. No entanto, antecipadamente se pode dizer: está fadada ao fracasso mais uma comissão criada no Brasil. O que não se sabe é se por desinteresse ou inépcia, mesmo. Veja (e leia) o texto, assinado pelo repórter Thiago Buzatto:

”Entrega de estudo sobre transporte é prorrogado

Mais 30 dias. Este foi o prazo recebido pela comissão formada pela Secretaria de Transporte, Trânsito e Mobilidade Urbana para concluir o estudo sobre gratuidade e itinerários do transporte público municipal após reunião com o prefeito Valdeci Oliveira, na última sexta-feira. Formada no dia três de maio, a comissão teria inicialmente 30 dias para concluir os trabalhos. De acordo com informações do secretário Carlos Félix, a demora se justifica pela dificuldade de reunir os dados com os órgãos envolvidos.

“Este estudo que estamos fazendo junto a Secretaria Geral de Governo e Procuradoria Geral do Município nunca havia sido realizado antes. Avaliamos todo o processo de gratuidade previstos em leis federais, do Ministério Público e leis municipais, e problemas de itinerários, como sobreposições de linhas e distanciamento de paradas”, comenta Carlos Félix. “Não se transforma um sistema de anos e anos que se orienta por si em um sistema regrado e funcional em pouco tempo”, defende. Alguns dos problemas apontados são o grande número de linhas existentes na cidade – são mais de 600.

Durante a formação desta comissão, o Executivo havia solicitado a formação de outro grupo para discutir a inclusão no Plano Diretor de regras para organizar o sistema viário. No entanto, segundo Félix, a esta comissão será decorrente dos resultados alcançados pelo levantamento em andamento e depois será levado para um debate ampliado. “Este não é um trabalho começado há 30 dias, mas um trabalho que estamos desenvolvendo desde outubro. Temos 80%, 90% do trabalho feito, já temos fortes indícios das propostas que vamos fazer, mas primeiro devemos adotar uma série de critérios para, junto ao Escritório da Cidade, acrescentarmos no Plano Diretor”, encerra.

Descontentamento – Já o presidente da Associação dos Transportadores Urbanos (ATU), Edmilson Gabardo, se mostrou insatisfeito com a prorrogação do prazo e colocou em dúvida a competência da comissão. “Para fazer um estudo completo, demanda investimento alto, contratação de especialistas. A dificuldade para conseguir os dados devem ser da mesma pessoa que conclui que a passagem não está defasada. É um absurdo analisar algo que é de domínio público”, reclama.

Gabardo também discordou que as linhas do transporte público municipal estejam desorganizadas. “O número de linhas só chega a 600 porque há derivação de ônibus como a que vai para o Passo das Tropas e que, em alguns horários passa pelo Passo da Capivara, por exemplo. As linhas estão organizadas sim, o sistema funciona bem e atende as necessidades da população”, contesta.

Além das trajetórias do transporte público, Gabardo criticou o posicionamento da Prefeitura em relação à gratuidade, um dos motivos por que…”


SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, pode fazê-lo acessando a página do jornal na internet, no endereço www.arazao.com.br, ou na versão impressa, nas bancas desde as primeiras horas desta terça-feira.

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