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Em São Paulo, Quércia faz o jogo do Presidente

No mesmo momento em que, no Planalto, reunidos com Lula, os próceres governistas do PMDB garantiam que a sigla não fará o vice, em dobradinha com o petista, mas não terá candidatura própria (leia nota imediatamente anterior a esta); em São Paulo, Orestes Quércia informava aos seus pares pretender concorrer, sim, ao governo paulista. Não era decisão fechada, mas o caminho é este, disse o ex-governador – até aqui acossado pelos interesses lulistas, de um lado, e serristas e o PSDB, pelo outro.

A Lula interessaria a participação peemedebista na chapa nacional. Com o que São Paulo estaria obrigatoriamente incluído. Mas, isso não ocorrendo, melhor que o PMDB concorra solito em terras bandeirantes. Por quê? Simples: provocar um segundo turno em São Paulo, seja com o petista Aloizio Mercadante, seja com o próprio Quércia, garantirá ao atual presidente um palanque sólido numa eventual segunda rodada do jogo nacional. Se José Serra vencer no primeiro turno e Lula não, o tucano nadará de braçada no jogo de volta, fortalecendo Geraldo Alckmin na disputa para a Presidência da República. Simples assim. Ou complicado, dependendo do ponto de vista.

Sobre o vai-e-vem de Quércia e a sua anunciada intenção de concorrer ao Palácio Bandeirantes, leia, a seguir, o que escreve o jornalista Josias de Souza, em seu site na internet:

”Lula pede e Quércia volta à disputa em São Paulo

Num instante em que o PMDB paulista rumava para uma coligação com o PSDB de José Serra, Orestes Quércia reuniu a Executiva Estadual do partido para informar que voltou a considerar a hipótese de concorrer, ele próprio, ao governo de São Paulo. Em reunião encerrada na noite desta segunda-feira, Quércia se disse “entusiasmado”.

Quércia abandonara a pretensão de disputar o Palácio dos Bandeirantes no rastro da desistência de Itamar Franco (PMDB-MG) de concorrer à presidência da República. Julgara-se desobrigado da tarefa de montar um palanque para Itamar em São Paulo. Voltou a considerar a idéia da candidatura a governador exatamente seis dias depois do encontro que manteve com o presidente Lula, no Palácio do Planalto.

Lula recebeu Quércia ao lado do ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) e do senador Aloizio Mercadante, candidato do PT ao governo paulista. Apoiado por Mercadante, o presidente fez um apelo para que Quércia entrasse na disputa paulista -uma maneira de dividir o eleitorado, na tentativa de evitar que José Serra derrote o PT no primeiro turno da eleição.

No encontro da Executiva peemedebista, Quércia não fez menção ao pedido de Lula. Mas comportou-se como se estivesse disposto a atendê-lo. Insinuou que não tem mais interesse pela refrega por uma cadeira no Congresso –nem à Câmara nem ao Senado. Ou disputa o governo do Estado ou não concorre a coisa nenhuma.

Marcou-se para o próximo dia 24 de junho a convenção estadual em que o PMDB definirá o seu futuro em São Paulo. Quércia disse que, até lá, decide se vai ou não ser candidato ao Palácio dos Bandeirantes. Informou que encomendou uma pesquisa de opinião para ajudar na definição.

Informado a respeito do nov posicionamento de Quércia, José Serra ficou desapontado. Ele esperava fechar nos próximos dias um acordo com o PMDB. Em reunião com o próprio Quércia, Serra se dispusera a ceder a vaga de vice-governador na sua chapa a um peemedebista. Oferecera também a vaga de candidato ao Senado ao próprio Quércia.

Tudo parecia se encaminhar para um acordo do PMDB com o PSDB em torno de Serra. Até que Lula interveio, saindo em socorro do pupilo Aloizio Mercadante. Em São Paulo, o PT tem necessidades eleitorais diametralmente opostas às nacionais.

A Lula, candidato à reeleição, interessa retirar do caminho a candidatura presidencial de Pedro Simon (RS), a última que ainda sobrevive no PMDB. Quanto menor for o número de candidatos, maiores serão as chances de o presidente derrotar o tucano Geraldo Alckmin no primeiro turno.

A Mercadante convém injetar Quércia na disputa paulista. Do contrário, arrisca-se a virar uma…”


SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, pode fazê-lo acessando a página do jornalista na internet, no endereço http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/

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