Petistas de SM e a “naturalidade” na vida política

Sobre a nota imediatamente anterior, “Para os petistas, nem o sanduíche é natural”, que reproduz e-mail enviado por Luciano Ribas, recebi a correspondência eletrônica que passo a publicar a seguir:

“Sobre a “naturalidade” na vida política

Quanto a minha declaração ao Diário de Santa Maria, em que destaco que Paulo Pimenta e Fabiano Pereira serão os “candidatos naturais da cidade”, reafirmo que são os que representam Santa Maria e região. Se outros municípios, dentre os 35 da Região Centro, indicassem outros nomes, teríamos que destacá-los. Entretanto, até o momento não existe possibilidade de serem indicados outros nomes regionais, apenas os de Pimenta (federal) e Fabiano (estadual). Não citei mais nomes de possíveis candidatos para evitar esquecimentos ou omissões. Da mesma forma que Paulo Pimenta e Fabiano Pereira farão campanhas em todo o estado e receberão votos na grande maioria dos municípios, por óbvio, outros candidatos de bases eleitorais distintas também terão votos em Santa Maria.

Em 2002 fiz campanha e votei para os candidatos Fabiano Pereira e Marco Maia (federal) e, em 1998, Tereza Dalmaso (estadual) e Valdeci Oliveira (federal), em 1994, coordenei a campanha de Ary Vanazzi (a federal) e votei em Ivar Pavan (estadual), pois na época residia em São Leopoldo, e era natural que tanto Ary como Ronaldo Zulke fossem dobradinhas da região do Vale dos Sinos. Mesmo assim, militantes do PT faziam campanha para diversos candidatos do partido, não apenas os regionais.

O que ocorre em Santa Maria atualmente é que, o “natural”, faz parte de acordos políticos internos, que são da vida do partido. Com exceção da Articulação de Esquerda, da Democracia Socialista e da Tendência Marxista, entre outras, que apoiaram o candidato Cristiano Schumacher à presidência do PT em 2005, as demais forças, principalmente a AD e o PT Amplo, mesmo com várias divergências e a presença de diferentes nomes para a direção do partido e à regional centro, as principais lideranças, como toda a imprensa divulgou, entre elas, o deputado Paulo Pimenta, o prefeito Valdeci Oliveira e o deputado estadual Fabiano Pereira, construíram um acordo para a direção do PT municipal e regional, em que vários nomes e posições cederam para construir uma unidade político-partidária.

Foi isso que garantiu a vitória a Jarcedi Terra para a presidência do PT com 80% dos votos. Foi essa articulação que também possibilitou a minha eleição à Coordenação Regional, bem como a composição dos demais membros, com todas as forças existentes e de forma consensual. Pessoalmente, considerando esse acordo, votarei na dobrada da região (Pimenta e Fabiano), mas me dedicarei, pelo cargo que ocupo, a coordenar a campanha de Lula e Olívio na região Centro.

“Natural” no PT é a realização de bons debates, também de acordos e pactos políticos que garantam a unidade na ação. A idéia da “casa 13” e dessa unidade foi apoiada e construída por mim, por Jarcedi Terra, pelo deputado Pimenta, pelo deputado Fabiano e pelo prefeito Valdeci Oliveira, no antigo gabinete de Paulo Pimenta, na avenida Presidente Vargas.

Quanto às proporcionais, além dos que já foram citados, o ex-presidente municipal e estadual, Júlio Quadros, entre outros não citados, terão campanha na região. Mas, como Pepe Vargas e Marisa Formolo farão campanha em todo o estado, mas serão candidatos da região de Caxias do Sul, com Fabiano e Pimenta ocorrerá fato idêntico, apenas tomando como referência Santa Maria. Essa “naturalidade” não desconstitui qualquer candidatura em todo o estado. Todos nós, militantes do PT, somos “fundamentais”.

(Fernando Menezes, coordenador do PT na região Centro)”

COMENTÁRIO CLAUDEMIRIANO: O resumo da ópera (isto é, se ninguém mais se manifestar, é claro) é que, embora talvez, quem sabe, olhe lá, existam “candidaturas naturais”, o que se vê, das manifestações de Luciano Ribas, na nota anterior, e Fernando Menezes, nesta, é que, na prática, os representantes de cada corrente política do PT terá espaço em Santa Maria. E em qualquer lugar do Estado, diga-se de passagem. Desde que existam militantes por eles. Ou não é isso? Ou é? Com o PT, na verdade, nuuunca se sabe.