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Ricardo Seitenfus, daqui para o mundo

Nos anos 80, final deles, o professor Ricardo Seitenfus, natural de Jaguari, foi o primeiro secretário de Relações Internacionais de um governo gaúcho, sob o comando do então governador Pedro Simon. Mais tarde, mas não muito, veio para Santa Maria. Era professor da UFSM. Por aqui ficou, sendo diretor, salvo engano o primeiro, do Mestrado de Integração Latino-Americana.

Tive contato direto com ele – a quem passei a admirar pelo misto de erudição e simplicidade, além do convívio cordial – quando colaborou com A Razão, como articulista semanal. Então, era eu editor-chefe do jornal. O professor não interrompeu a colaboração quando passou dois anos (ou foram três, já não lembro) em Paris, estudando.

O contato não é mais tão estreito, ainda que tenha acompanhado a trajetória dele como estudioso das relações internacionais, escritor de mão cheia e, agora, diretor da Faculdade de Direito de Santa Maria. E estou orgulhoso – como gostaria que todos os santa-marienses que, como eu e o professor, adotaram a cidade como sua – com a mais recente conquista de Ricardo Seitenfus. Desde esta terça-feira, é o primeiro gaúcho a ocupar vaga no Comitê Jurídico da Organização dos Estados Americanos, a OEA. Ele foi eleito – após ter sido indicado pelo governo brasileiro – para um mandato a começar em janeiro de 2007, por quatro anos.

Leia, a seguir, entrevista do professor concedida à repórter Jaqueline Silveira, que o Diário de Santa Maria publica em sua edição desta quarta-feira:

“‘É uma forma de servir’

‘Feliz e emocionado’. Essas foram as primeiras palavras do professor Ricardo Seitenfus, ao descrever seu sentimento após ser eleito ontem o primeiro gaúcho para uma vaga no Comitê Jurídico da Organização dos Estados Americanos (OEA). A eleição foi na República Dominicana. Aos 58 anos, ele toma posse em janeiro para um mandato de quatro anos. Veja trechos da entrevista ao ‘Diário’:

Diário de Santa Maria – Quem o indicou para concorrer a membro do Comitê Jurídico Interamericano?

Ricardo Seitenfus – Fui indicado pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e pelo presidente Lula.

Diário – Na sua opinião, o que pesou para o governo escolher o seu nome para o Comitê Jurídico?

Seitenfus – Acho que basicamente o meu trabalho com o direito internacional e com as relações internacionais. O meu trabalho concilia as atividades acadêmicas com as atividades de interesse público. Também a minha visão inovadora das questões internacionais compatível com a do governo federal. Para mim, a política de relações internacionais desse governo está acima da média.

Diário – E como é essa visão inovadora?

Seitenfus –
É aquela que não olha só para os países aliados, mas também para o Norte, para a Europa, a África e a Ásia. É uma visão que eu chamo de universalista.

Diário – Como o senhor se sente ao ser o primeiro gaúcho a ocupar uma cadeira no Comitê da OEA?

Seitenfus –
Até agora, só eram escolhidos diplomatas ou professores do Rio de Janeiro, de Brasília e de São Paulo. Considero a minha indicação pelo governo brasileiro um reconhecimento ao meu trabalho e aos estudos em relações internacionais e direito internacional. Também acho que o convite está vinculado a minha atuação profissional.

Diário – Qual será o seu papel no comitê?

Seitenfus –
Antes de tudo, é importante dizer que é um cargo que não tem salário. Eles (comitê) só irão me pagar as passagens e a hospedagem, quando eu precisar viajar. Quanto à função, o comitê está a serviço do entendimento dos povos das Américas. Trabalha pela transparência da administração pública, no combate ao narcotráfico e à corrupção, pela afirmação da democracia e pela redução das desigualdades socais. E seus membros podem dar pareceres sobre litígios e desavenças entre países como no caso do Peru e da Venezuela. Os membros também podem atuar como mediadores dos conflitos…”


SE DESEJAR ler a íntegra da entrevista, pode fazê-lo acessando a página do jornal na internet, no endereço www.clicrbs.com.br/jornais/dsm/

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