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Advogados. É profissional que não acaba mais. São mais de 500 mil no País, e 40 mil no RS

Um advogado para cada 30 e poucos mil brasileiros. É o que há no Brasil. Tomando apenas esse número, chega-se a algumas observações óbvias. Uma delas: há locais no país totalmente carentes de bacharéis em Direito. E outras em que a superpopulação é óbvia. Quer um exemplo? Não tenho neste momento o número de advogados atuando em Santa Maria, especificamente, mas, se a média nacional fosse seguida rigidamente, a cidade teria oito advogados. Vou repetir: ooooito. Quantos são? 500? 800? Mil? Deu para perceber?

Aliás, o Rio Grande do Sul é o quarto estado do País com o maior número de advogados. O número (40.416) só inferior aos encontrados em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. E, para os mineiros, perde de pouco, por sinal.

A situação paulista chega a ser surreal. Naquele Estado, como relata o jornalista Maurício Cardoso, da revista “Consultor Jurídico”, há mais advogados do que na China – se bem que lá, cá entre nós, deve estar faltando bastante.

Quer mais dados curiosos, além da opinião de especialistas? Leia o que publica Cardoso na página da Consultor Jurídico na internet, neste final de semana:

País dos bacharéis
517 mil advogados: sobram profissionais, falta qualificação

O país dos bacharéis tem 517.173 advogados. O número, divulgado pela Ordem dos Advogados do Brasil, a entidade que regula o exercício da profissão no país, não causa surpresa, mas suscita reflexões. A opinião geral é que não há mercado de trabalho para tanta gente e o que é mais grave: falta qualidade na área.

O dado coloca o Brasil em terceiro lugar na lista dos países com maior número de advogados no mundo. Fica apenas atrás dos Estados Unidos, reconhecido como o país com maior grau de litigiosidade no mundo; e da Índia, que tem uma população pelo menos cinco vezes maior. Só o estado de São Paulo tem 176 mil advogados, mais do que os 110 mil da China, o país com maior população do planeta (1,3 bilhão de habitantes). Certamente, faltam advogados na China e sobram em São Paulo.

Números não dizem tudo sobre o assunto. Indicam a quantidade de portadores da carteira da OAB, mas nem todos exercem a profissão. “Ainda assim é possível perceber que há um excesso de profissionais, o que deixa uma boa parcela fora do mercado e outra no subemprego”, diz Alexandre Bertoldi, do Pinheiro Neto Advogados, uma das maiores e a mais tradicional sociedade de advogados do país.

Para Bertoldi, preocupa a avalanche de novos profissionais lançada a cada ano no mercado, sem perspectiva de colocação. “Em outros países, como nos Estados Unidos, é muito mais difícil entrar numa escola de Direito”. Mais seletividade seria também uma garantia de qualidade na outra ponta do ensino. “A falta de qualificação dos novos profissionais, em geral, é uma grande preocupação,” diz Bertoldi.

Os altos índices de reprovação do Exame de Ordem, em todo o país, acabam sendo recebidos como um mal necessário. “Os critérios mais rígidos do Exame de Ordem têm contribuído para uma depuração dos novos profissionais”, diz Bertoldi.

Com ele concorda Carlos José Santos da Silva, o Cajé, sócio do Machado Meyer Sendacz Opice Advogados. “O Exame de Ordem acabou se transformando num filtro em prol da qualidade dos novos advogados”, diz ele. No último Exame de Ordem em São Paulo, menos de 10% dos cerca de 20 mil candidatos foram aprovados.

Mesmo com esse freio, o contingente de novos advogados não pára de crescer. Em 2001, quando a OAB começou a fazer o controle informatizado dos registros, havia no país 362 mil advogados. Desde então 155 mil bacharéis conseguiram o registro profissional, o que dá em média 30 mil novos advogados por ano. “O mercado não está maduro para absorver esta oferta de mão de obra”, diz Santos da Silva. “E boa parte…”


SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, inclusive com o número de advogados, Estado por Estado, pode fazê-lo acessando a página do “Consultor Jurídico” na internet, no endereço http://conjur.estadao.com.br/.

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