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Mídia. Pedro Parente, o bam-bam-bam da RBS

A Rede Brasil Sul (RBS) tem dinheiro em caixa. Tanto que confirmou, na quinta-feira, a aquisição do mais antigo diário em circulação no estado de Santa Catarina (A Notícia, de Joinvile, como você leu aqui mesmo, nesta página). E estaria negociando o controle da Rede Anhanguera de Comunicações, com sede em Campinas, no interior de São Paulo, e o segundo maior mercado do país. A RAC, controla, entre outros veículos, o jornal Correio Popular

Essa fome de expansão no mercado, e o caixa disponível para alcançar esse objetivo, tem nome e sobrenome, segundo reportagem publicada na última edição da Exame, a maior revista de economia e negócios do país. Em situação difícil há pouco mais de três anos, foi buscar em Brasília o então ministro-chefe da Casa Civil do governo Fernando Henrique Cardoso, o engenheiro Pedro Parente.

Como principal executivo do grupo que, na cidade, é dono do Diário de Santa Maria, e opera um canal de televisão (RBS-TV) e duas emissoras de rádio (Atlântida e Itapema) Parente atacou vários flancos, como expõe o texto da chefe da sucursal gaúcha da Exame, Suzana Naiditch, que assina a reportagem.

Corte de custos, renegociação de dívidas (superiores em nove vezes a geração de caixa) e injeção de capital (U$ 20 milhões) pela família Sirotsky, controladora da RBS, fizeram parte da receita do oriundo do setor público que, por enquanto (como frisa a reportagem), está dano muito certo no setor privado. Para saber mais detalhes, leia o texto de Suzana, que tem um título muito significativo:

”Pedro, o mãos de tesoura
Pedro Parente aprendeu a cortar custos no governo. E usou essa experiência para levar a RBS de volta ao lucro

No início de 2003, quando assumiu a principal função executiva da gaúcha RBS, maior grupo de mídia da Região Sul, o ex-chefe da Casa Civil do governo Fernando Henrique Cardoso, Pedro Parente, deparou com um cenário complicado. A empresa, fundada em 1957 pelo empresário Maurício Sirotsky Sobrinho, vivia um dos piores momentos de sua história. A alta do dólar encarecia a aquisição do papel-jornal (principal insumo da empresa), quase todo importado. Sem linhas de financiamento para a importação do produto, a RBS acabou comprometendo dramaticamente seu capital de giro. O endividamento atingiu mais de 170 milhões de dólares.

“Devíamos o equivalente a nove vezes nossa geração de caixa”, diz Parente. “Percebi que minha missão mais urgente era achar uma solução para o problema, caso contrário o caixa da empresa não duraria três meses.” A saída encontrada por ele se baseou numa fórmula óbvia, porém de difícil execução: renegociação das dívidas, injeção de capital e um dramático programa de corte de custos. Dois anos depois, os resultados ficaram evidentes. Em 2005, o grupo faturou 860 milhões de reais e teve lucro de 93 milhões. “Nossa saúde financeira está muito melhor”, diz Nelson Sirotsky, presidente do grupo que controla 55 veículos de comunicação, entre emissoras de rádio e televisão, jornais, além de portais na internet.

Aos 53 anos, Parente é parte de um time de executivos que fizeram carreira no setor público e têm tido sucesso na iniciativa privada – pelo menos até agora. Dessa equipe fazem parte nomes como Nildemar Secches, presidente da Perdigão (ex-diretor do BNDES), Cássio Casseb, diretor-presidente do Pão de Açúcar (ex-presidente do Banco do Brasil) e Antônio Britto, presidente da Azaléia (ex-governador gaúcho e ex-ministro da Previdência). Também integra esse time Antonio Maciel Neto, que recentemente assumiu o comando da Suzano Papel e Celulose, depois de sete anos à frente da Ford. Ex-funcionário de carreira da Petrobras, Maciel foi quem sugeriu o nome de Parente para o headhunter Guilherme Dale, sócio da Spencer Stuart, empresa de consultoria especializada em busca e colocação de executivos.

Quando Dale apresentou o nome de Parente para a função de principal executivo da RBS, Nelson Sirotsky torceu o nariz. “Não estou procurando um político, mas um executivo”, disse de pronto. Engenheiro de formação, Parente jamais havia trabalhado numa companhia privada. Seu currículo somava passagens por Banco do Brasil, Banco Central, ministérios da Fazenda e do Planejamento, além da chefia da Casa Civil. Para convencer o cliente de que Parente era o homem certo para o cargo, Dale argumentou que uma de suas funções no governo foi justamente renegociar as dívidas dos estados e gerir a crise do apagão. “Foram situações complexas nas quais ele obteve resultado. Parente não era um político, mas um gestor que por acaso estava no setor público”, diz Dale.

Na RBS, Pedro Parente pôs em prática muitas das habilidades desenvolvidas na vida pública. Uma das mais importantes foi a capacidade de negociar em meio à crise. “O trabalho na Casa Civil envolve muita organização e articulação, e isso…”


SE DESEJAR ler a íntegra do texto, pode fazê-lo acessando a página da revista na Internet. Se você não for assinante, utilize a senha VIENA, “para compradores em banca”. O endereço é http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0875/negocios/.

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