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Rebelião. Líderes históricos racham o PSol, descontentes com postura de Heloísa Helena

Olha só: o Partido Socialismo e Liberdade, da senadora alagoana Heloísa Helena, enfrenta a sua primeira crise. E tudo por cota da posição de HH, vitoriosa na Executiva Nacional do Partido, que decidiu-se por “não apoiar nem Lula nem Alckmin”. E mais: proibiu a manifestação do voto individual dos militantes, numa atitude que, para muitos, beirou o fascismo.

Mesmo reconhecendo ser muito difícil uma reversão desse quadro, três dos principais líderes do PSol decidiram se rebelar e querem mudar a decisão em nível de diretórios regionais da agremiação. Eles consideram inadmissível a posição oficialmente adotada, reconhecendo que existem diferenças entre os dois candidatos finalistas do pleito presidencial – que HH e o PSol disputaram, obtendo algo como 7% dos votos.

A crise do PSol é tema de ampla reportagem no site Congresso em Foco, em texto assinado pelos jornalistas Renaro Cardozo e Edson Sardinha, e que passo a reproduzir:

”Segundo turno eleva temperatura no Psol
Militantes ilustres querem rever em diretórios regionais decisão nacional que afastou partido do segundo turno e proibiu declaração de voto

Anunciada antes mesmo da divulgação do resultado final do primeiro turno, a decisão do Psol de não apoiar ninguém no segundo turno da eleição presidencial desencadeou as primeiras críticas internas à senadora Heloísa Helena e expôs uma inédita divisão no partido. Duas semanas depois, a cisão ainda não cicatrizou e ameaça levar a legenda à sua primeira crise.

Neste fim de semana, os diretórios regionais do Psol no Rio de Janeiro e em São Paulo se reunirão para discutir a determinação da Executiva Nacional de não apoiar Lula (PT) nem Geraldo Alckmin (PSDB) e de proibir parlamentares e dirigentes partidários de declararem o seu voto.

A posição da Executiva, que referendou as declarações feitas pela senadora um dia após a eleição de 1º turno, foi classificada como precipitada e autoritária por estrelas de primeira grandeza do mais novo dos partidos brasileiros. Militantes ilustres, como César Benjamin, vice na chapa de Heloísa, e Plínio de Arruda Sampaio, que concorreu ao governo de São Paulo, sequer foram chamados a dar sua opinião. Os dois defendiam a tentativa de acordo para um eventual apoio a Lula. “A decisão foi tão rápida quanto definitiva, mas ninguém aceitou essa proibição”, avalia o deputado reeleito Chico Alencar (RJ).

“Esperarei a posição do Psol, mas devo dizer que não estou de acordo com a senadora e não temo punições. Isso não é coisa de uma liderança como ela que se projetou exatamente devido ao tratamento autoritário que o PT deu”, reagiu o sociólogo Francisco (Chico) de Oliveira, ex-petista e um dos principais ideólogos do partido.

Voto de silêncio

A crítica de Chico de Oliveira remete aos termos da nota divulgada pela Executiva do Psol no último dia 3: “Nossos filiados, na urna, têm o direito de fazer o que quiserem. Publicamente, não podem. Não pode o deputado, a senadora, nem o vereador nem o dirigente sindical. Para essas figuras públicas esta regra é ainda mais importante, porque declarações na imprensa por um lado ou outro serão caracterizadas como campanha, e nisso nossa resolução tem caráter proibitivo”.

Para o deputado reeleito Ivan Valente (SP), houve precipitação e faltou debate no anúncio da decisão. “Foi um erro, pois uma coisa é fazer um apelo aos militantes, outra é proibi-los”, diz o ex-petista, ressaltando que também não foi consultado pela Executiva. A opinião dele coincide com a de Plínio de Arruda Sampaio. No seu entender, o assunto deveria ter sido submetido ao diretório nacional, que é bem mais amplo que a Executiva.

“Achei que como ainda tem mais uma instância, deveria ter passado por ela. Deveria ser ratificado por uma instância superior. Não é que eu seja contra, mas acho que o partido deveria ter esperado mais para que o eleitor entendesse porque votaremos nulo”, disse Ivan Valente ao Congresso em Foco.

Apoio condicional

O ex-candidato ao governo paulista disse à reportagem que apresentará, em reunião do diretório regional de São Paulo, no próximo domingo (22), uma proposta para que o partido ofereça apoio ao presidente Lula desde que ele assuma determinados compromissos.

“Se o Lula desse agora não só o discurso, mas gestos, atitudes, decretos que significassem mudanças na realidade das lutas sociais, votaria nele”, afirmou. Defesa semelhante será feita por Chico Alencar durante reunião do diretório do Rio no próximo sábado. Os dois, no entanto, reconhecem que têm poucas chances de reverter a decisão nacional do partido, a uma semana do segundo turno.

Companheiro de bancada de Lula durante a Assembléia Nacional Constituinte e fundador do PT, Plínio condiciona o apoio à reeleição do petista ao cumprimento dos seguintes…”


SE DESEJAR ler a íntegra do artigo, pode fazê-lo acessando a página do Congresso em Foco na internet, no endereço http://www.congressoemfoco.com.br/Noticia.aspx?id=10802.

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