Arquivo

Etiqueta. Os gestos que ajudam a compor um governo federal com amplo apoio partidário

Antes de qualquer coisa, embora as muitas especulações publicadas pela imprensa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou o seu partido, o PT, para conversar. Ouviu o que tinham a dizer os líderes mas reafirmou sua idéia de chamar outras agremiações, especialmente o PMDB, para compor o governo. E não minguadamente, se dá para usar essa expressão. Deixou mais que explícito que os petistas devem se preparar para perder postos na administração.

Em seguida, mandou telefonar para o presidente do PMDB, o deputado Michel Temer, convidando-o para uma conversa “institucional”. Da mesma forma, convidou o presidente nacional do PDT, o carioca Carlos Lupi, também para um tete-a-tete no Planalto. São gestos, os três, de um mesmo ritual. E têm, todos, um objetivo bem determinado – como conta o comentarista político Fracklin Martins, ao elogiar o ritual escolhido por Lula. Qual será? Leia e entenda você mesmo:

”Lula, quem diria, acerta no ritual

O ritual é muito importante na política. Ontem, parece que finalmente Lula deu-se conta disso. E fez três salamaleques muito competentes, demonstrando que está mais à vontade numa arte que nunca foi o seu forte. Primeiro, ele fez questão de iniciar a temporada de formação do seu novo governo com uma longa conversa com a executiva nacional do PT. De acordo com os participantes, não foram discutidos nem nomes nem cargos, mas a concepção de governo de coalizão e o conteúdo do seu programa de metas. O PT e o PMDB serão os dois pilares desse projeto.

O segundo gesto importante de Lula foi o convite feito ao presidente do PMDB, Michel Temer, para uma reunião no Palácio do Planalto na próxima quarta-feira. Temer andava magoado, e com razão, com o fato de estar sendo escanteado nas negociações para a entrada do partido no governo. A pedido de Lula, o ministro Tarso Genro telefonou para Temer, dizendo que o presidente da República quer se reunir com ele e com a direção do PMDB para apresentar formalmente a proposta de um governo de coalizão.

O terceiro gesto, que praticamente passou despercebido pela grande imprensa, foi o convite ao presidente do PDT, Carlos Lupi, para uma reunião formal no Palácio do Planalto na segunda-feira, 27 de novembro. O PDT fez parte da base governista no início do primeiro mandato de Lula, mas depois se afastou. Terminou na oposição. Nas eleições, lançou a candidatura de Cristovam Buarque e, no segundo turno, não apoiou formalmente nenhum dos dois candidatos, embora, segundo as pesquisas, os eleitores de Cristovam tenham votado maciçamente em Lula. No encontro com Lupi, pretende convidar o PDT a integrar o governo de coalizão.

Esses três gestos não são fortuitos, nem se devem ao acaso. Ao começar a rodada de conversas pelo PT, Lula quis deixar claro que, apesar de todos os problemas e dificuldades recentes do partido, ele é a plataforma de largada do seu governo. Certamente o PT não terá no segundo mandato o mesmo número de ministérios do primeiro, mas seguirá sendo a espinha dorsal do governo. Tudo indica que controlará os ministérios mais importantes da área econômica, da cozinha do palácio e da área social. Cederá espaço, mas não irá para o canto. Esse foi o recado básico dado ontem por Lula.

O convite a Temer tem o mérito de deixar claro que Lula não pretende comer o PMDB pelas beiradas, como mingau quente. Trata-se de uma mudança da água para o vinho em relação ao primeiro mandato. O que o Palácio do Planalto busca agora é uma aliança institucional com todo o partido, e não com essa ou aquela ala. Embora todos saibam que…”


SE DESEJAR ler a íntegra do artigo, pode fazê-lo acessando a página de Franklin Martins na internet, no endereço http://www.franklinmartins.com.br/post.php?titulo=lula-quem-diria-acerta-no-ritual.

Artigos relacionados

ATENÇÃO


1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.

2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.

3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.

4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.

5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.


OBSERVAÇÃO FINAL:


A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo