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Mídia. Governo Lula vai investir em uma TV pública, com direito até a um “Jornal Nacional”

Eis aí algo capaz de provocar muito forrobodó: o governo estaria discutindo a formação de uma “Rede Pública de Televisão”. E mais: para começar, criaria um telejornal de uma hora para ser mostrado ao país inteiro – uma espécie de “Jornal Nacional” da TV Pública.

Obviamente, parece que já estou vendo o gritedo dos grandões da TV. E nem estou aqui a fazer juízo de valor, apenas constatando o óbvio. O que quer o governo, segundo entendi, é fazer o que já existe, por exemplo, na França e na Inglaterra. Não necessariamente concorrer com a iniciativa privada, mas fazer, quem sabe, um contraponto a ela. Ou uma suplementação.

Aliás, pra quem não sabe, nos Estados Unidos também há uma rede pública de TV. No caso, a PBS (quem deseja saber mais, e conheça um pouco da lingual inglesa, entre em www.pbs.org, e avalie um pouco mais a Public Broadcasting Service). Portanto, vamos combinar, não há razão para contrariedades apaixonadas do tipo “o comunismo vai tomar conta”. Não, os principais países capitalistas do mundo têm a sua tv pública.

Mas que vai dar confusão, ah isso vai. Até já posso ouvir, antecipadamente, de onde sairão os primeiros murmúrios. Provavelmente, como diria Mino Carta, dos jornalistas que chamam seus patrões de “colegas”. Em todo caso, vamos combinar, a discussão é boa e necessária, para o bem de sociedade – e não de uma meia dúzia de privilegiados.

Quem está oferecendo as primeiras informações, com os detalhes possíveis, inclusive os problemas a serem ultrapassados para a realização do objetivo governamental, é o jornalista d’O Estado de São Paulo, Paulo Moreira Leite, em sua página na internet. Acompanhe:

”Governo discute a formação de uma Rede Pública de Televisão

A discussão sobre a sucessão na presidência da Radiobrás, colocada em aberto quando o titular Eugênio Bucci decidiu entregar o cargo para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é apenas o primeiro lance de uma operação maior. Sob coordenação da Casa Civil da Presidência da República, e apoio do Ministro da Cultura Gilberto Gil, o governo decidiu colocar, para o segundo mandato, a discussão sobre a formação de uma Rede Pública de TV, em moldes parecidos com aquelas existentes na França, na Inglaterra e outros países, inclusive Estados Unidos. A discussão está mais avançada do que parece e irá ganhar um novo formato em fevereiro, data prevista para o I Fórum Nacional de Tvs Públicas.

A idéia de uma TV pública já freqüentou os projetos de outros governos, mas foi abandonada por um fatores internos e externos. O principal problema interno consiste na existência de centenas de emissoras públicas espalhadas pelo país, que obedecem a lideranças e interesses diversos – onde o papel de governos de Estado, seus maiores financiadores, nunca é desprezível e a linha chapa branca é uma tradição. Nunca se encontrou uma fórmula capaz de superar impasses e rivalidades dessa natureza. O problema externo reside nas emissoras comerciais privadas, que enxergam nesse movimento uma anacrônica presença do Estado no negócio da comunicação.

Na semana que vem ocorrem reuniões de grupos de trabalho com lideranças de televisões públicas de diversos locais. Jornalistas e executivos ouvidos pelo blogue estão convencidos de que a Rede Pública deve mesmo sair – o que ajuda a entender as críticas freqüentes do PT e do próprio presidente Lula à imprensa. Num texto sobre I Forum, o ministro Gilberto Gil escreve que “o pressuposto deste I Forum é a percepção – cada dia mais consensual – de que a realização plena e qualificada da televisão pública brasileira é uma das agendas estratégicas para o desenvolvimento cultural do Brasil e a consolidação de um país de um país socialmente justo e antenado nas forças criativas do povo brasileiro.”

Orlando Senna, secretário do Audiovisual, escreve em outro texto: “do mesmo jeito que o cidadão percebe o poder público como um todo na cadeia articulada entre municípios, estados e a União, o telespectador deveria poder estabelecer a conexão entre as diversas TVs do campo público, num processo de formação de amplas bases de audiência de beneficiaria a todas.”

Imagina-se que o primeiro passo para a TV pública seria um tele-jornal único, exibido em todo o país – estratégia semelhante a da construção da TV Globo, que se constituiu a partir do Jornal Nacional. O próprio…”


SE DESEJAR ler a íntegra do artigo, pode fazê-lo acessando a página do jornalista Paulo Moreira Leite na internet, no endereço http://blog.estadao.com.br/blog/?blog=22.

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