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Chinaglia. A eleição presidencial, não é incrível, parece que acabou. Três meses depois

A explicação, digamos, oficial, oferecida pelo líder da bancada tucana na Câmara dos Deputados, Jutahy Magalhães Júnior, é que há a necessidade de se respeitar a proporcionalidade – algo que sempre vigorou nas eleições para a Presidência da Câmara. E por isso, os parlamentares do PSDB, por mais que tenha berrado (e ainda está berrando) o grupo paulista vinculado ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e ao ex-candidato presidencial, Geraldo Alckmin, decidiram apoiar o candidato do PT, Arlindo Chignaglia.

Explicando o raciocínio. O PMDB é o partido de maior bancada e, em nome de um acordo com os petistas, apóia Chinaglia – tendo a garantia de que, dentro de dois anos, o peemedebismo é que presidirá a Câmara. E ainda terá a secretaria-geral, agora. O PT, que tem a segunda maior composição, em troca do apoio do PSDB, que tem o terceiro maior grupo, cederá seu posto para um deputado tucano. Resumo da ópera: as três maiores siglas da Câmara vão comandá-la, em conjunto.

Mas, atenção: essa é a explicação oficial. Na verdade, na verdade, ao PSDB, ou pelo menos a parte que se percebe agora é majoritária, interessa, afinal, dar um fim à exceção, que foram os últimos dois anos. E, assim, retomar a normalidade do trabalho legislativo. Em benefício do País. E, claro, do próprio ninho tucano. É o que eu deduzi do que escreve o jornalista Franklin Martins, em sua página na internet. A eleição presidencial, afinal, acabou. Mesmo que com três meses de atraso. É o que penso. Agora é com você. Leia o que o comentarista diz, e tire tua própria conclusão:

”PSDB aposta no retorno à normalidade

O anúncio feito pelo líder Jutahy Magalhães Junior de que o PSDB decidiu apoiar a candidatura de Arlindo Chinaglia consolidou o favoritismo do petista na disputa pela presidência da Câmara. Com os três maiores partidos na casa inclinando-se pelo seu nome, Chinaglia deve colecionar novas adesões nos próximos dias e liquidar a parada.

Nessas circunstâncias, a menção de Aldo Rebelo à batalha de Stalingrado deve ser entendida apenas como um sinal de sua disposição de seguir na luta apesar de todas as dificuldades, e não como o prenúncio de uma reviravolta espetacular no curso da guerra. É pouco provável que, tendo às costas um imaginário Volga no cerrado, Aldo consiga resistir, vencer e desatar uma contra-ofensiva que só vá terminar em Berlim. Faltam-lhe as reservas estratégicas e a capacidade de concentração de tropas e material bélico que permitiram aos soviéticos conquistar aquela vitória decisiva. A menos que, nos próximos dias, aconteçam coisas do arco da velha, o jogo está jogado. Chinaglia deve ser o próximo presidente da Câmara.

A decisão da bancada do PSDB na Câmara, porém, tem um significado que vai além da disputa pelo comando da casa. Ela indica claramente que boa parte da oposição está deixando para trás a tática de terra arrasada que deu o tom das ações de tucanos e pefelistas nos últimos 18 meses, passando a investir no restabelecimento de um clima de normalidade política e institucional, no qual a disputa entre governistas e oposicionistas, por mais dura que seja, obedeça a certas regras aceitas pelos dois lados.

É assim que deve ser compreendida a argumentação do líder Jutahy Junior de que a decisão do PSDB de apoiar Chinaglia fundamenta-se no respeito ao princípio da proporcionalidade, tradicionalmente adotado na composição das mesas diretoras das casas legislativas e descartado na eleição de Severino Cavalcanti. Ou seja, a posição da bancada decorre mais de um opção pela distensão institucional do que de motivações políticas episódicas. O fato de que, nos bastidores, as duas principais estrelas do partido, os governadores José Serra e Aécio Neves, tenham trabalhado pelo retorno à normalidade é um sinal de que essa inflexão veio para ficar…”


SE DESEJAR ler a íntegra do artigo de Franklin Martins, pode fazê-lo acessando a página do jornalista na internet, no endereço http://www.franklinmartins.com.br/post.php?titulo=psdb-aposta-no-retorno-a-normalidade.

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