A análise. Lula puxou o tapete. E, no final, ainda sai ganhando da refrega peemedebista
Luiz Inácio Lula da Silva, formal ou informalmente, com a participação do governo de maneira direta ou ao pé de ouvido, apoiava a candidatura de Nelson Jobim à presidência nacional do PMDB. É (ou era) seu amigo e o preferia a Michel Temer no comando da principal sigla, junto com o PT, da coalizão governista.
Jobim caiu fora na manhã desta terça (leia a nota imediatamente anterior) e deixa perceber, nas entreletras de sua sucintíssima nota de renúncia (confira aqui), toda a mágoa para com o Presidente da República.
Já há, igualmente, conseqüências para a convenção peemedebista, que continua marcada para domingo, dia 11. Uma delas é o boicote dos principais apoiadores nacionais de Jobim (e provavelmente dos gaúchos, também, o que deve ser confirmado ou não nesta quarta), como o governador carioca Sérgio Cabral e os senadores José Sarney e Renan Calheiros.
Mas… E Lula? O que determinou a puxada de tapete de Jobim e o que ele ganha (ou perde) com o desfecho que manterá Michel Temer presidente do PMDB? Vale a pena ler, a respeito, o que escreve a comentarista política do SBT e integrante do grupo de jornalistas que publica no Blog dos Blogs, Helena Chagas. Ela explica muitíssimo bem o que ocorreu. A seguir:
Lula derrubou jobim
O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim desistiu de disputar a presidência do PMDB contra Michel Temer por causa do presidente Lula. Jobim entendeu como um gesto de apoio à candidatura Temer o fato de Lula ter recebido o deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) no Palácio do Planalto, ontem, confirmando extra-oficilamente a sua nomeação para ministro.
Ainda na noite de ontem, disse ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que o gesto de Lula era uma pá de cal em sua campanha e que ele não iria “dar uma Aldo rebello” insistindo na candidatura. Renan ainda tentou impedi-lo de desistir, telefonando para o presidente da República: “O Jobim acha que não dá paara continuar com o senhor acenando para o outro lado.”
Mas Lula mostrou-se impassível. Disse apenas quer era uma pena e revelou que havia combinado receber Michel Temer hoje. Com isso, Renan tamém se convenceu de que Lula decidira apoiar o grupo de Michel e Geddel e telefonou para Jobim dizendo-se “solidário com seu gesto”.
Aliados de Renan e do ex-presidente do Senado José Sarney coincluíram, com a história, que Lula foi convencido pelo governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), de que, no jogo do PMDB, não valia a pena dar a Sarney e Renan o comando unificado do partido.
Se isto é ruim para os senadores, no entanto, pode ser bom para o governo. Geddel e Michel passsam a dever ao presidente da República a vitória sobre o grupo dos senadores dentro do PMDB. Que, por sua vez, não têm como se revoltar contra o governo. No frigir dos ovos, Lula ficou com os dois lados do partido, e sem nenhum deles estar excessivamente forte.
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