Observatório. A partidarização do debate sobre a iluminação pública
Tributos (taxas e contribuições incluídas), e o pagamento deles, são, desde sempre, fundamentais para a organização da sociedade democrática. E ponto – como diria o ministro da Defesa, Nelson Jobim.
Dito isto, o colunista afirma: não gosta de pagar impostos, nos dias de hoje. Especialmente alguns deles, como a CPMF. Não percebe a contrapartida. Só por isso. No entanto, como todo mundo, paga compulsoriamente a contribuição que nasceu provisória.
Feitas essas ressalvas, há fatos contra os quais não se pode brigar. Um deles é a questão da iluminação pública. Não resolve ser, em princípio, contra a CIP, cuja implantação foi duas vezes tentada e em ambas recusadas, legitimamente, pela Câmara de Vereadores.
Até as pedras sabem que a dívida com a AES Sul, contraída por pelo menos quatro administrações municipais (culpas políticas, se há, são portanto ecumênicas) é impagável – a menos que se encontre uma alternativa orçamentária.
Mesmo assim, é evidentemente partidarizada a discussão no Legislativo santa-mariense. Ainda que, demagogicamente, travestida de expressões do tipo o-povo-não-pode-pagar-mais-um-imposto-pela-incompetência-do-governo.
Sem que ninguém se ofenda, por favor, que os vereadores são muito sensíveis, Observatório convida o leitor a fazer um exercício de imaginação. A oposição vence (o que é perfeitamente possível) a eleição de outubro de 2008. Será interessante ver como se comportarão os edis (todo eles: os que hoje se opõem, e aqueles que se oporão então) diante de um eventual envio de nova proposta de criação da CIP.
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