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Do Dantro. A defesa da reestatização da privatizada companhia de mineração Vale do Rio Doce

Acabo de receber mais um artigo de Dantro Guevedo, bacharel em Ciências Sociais e pós-graduando em Estatística, pela UFSM. O tema dele é a reestatização da Companhia Vale do Rio Doce. Confira:

 

“A Vale do Rio Doce deve voltar a ser dos brasileiros

 

Em 1997 sob a batuta do então Presidente Fernando Henrique Cardoso foi realizado o pior negócio que a nação brasileira já assistiu em tempos modernos, a privatização da Companhia Vale do Rio Doce, uma peça chave da economia e da soberania nacional, que foi literalmente “vendida a preço de banana”. E o pior não é isso. O pior é que foi uma venda realizada de modo ilegal.

 

Quando foi leiloada, a Vale era a maior produtora de minério de ferro do mundo, e suas jazidas possuíam o suficiente para 400 anos de extração desse minério. No dia do leilão a empresa possuía em caixa R$ 700 Milhões em moeda corrente. Era, e é ainda hoje, a líder na produção de ouro da América Latina. E seus compradores adquiriram além de tudo isso, 240 Mil Km2 de áreas nacionais, o equivalente a 135 vezes o tamanho do município de Santa Maria. E também, as duas maiores ferrovias do planeta, 9 portos, a maior frota de navios graneleiros do mundo, e diversas empresas de alumínio e papel celulose, espalhadas em 10 estados e 140 cidades brasileiras.

 

Uma empresa que só no ano de 2006 teve o lucro de R$ 12 Bilhões, e tem um capital avaliado em mais de R$ 100 Bilhões. Mas foi vendida por tão somente R$ 3,3 bilhões. Um negócio incoerente que foi justificado pelos governantes do período, com argumentos falaciosos e mentirosos. Era dito na época, que o dinheiro da venda serviria para o pagamento da dívida externa, para a construção de casas populares, diminuição do déficit da previdência e, melhorias na saúde e educação. Mentira! Inclusive, antes da privatização foram demitidos mais de 11 Mil funcionários da empresa, cujos encargos e indenizações trabalhistas foram arcados pelo Estado, aumentando ainda mais o rombo da previdência. E os únicos que se insurgiram contra esse absurdo foram alguns movimentos sociais (como o MST e CUT) e os partidos de esquerda (como PCdoB, PSB e PT).

 

Hoje o que se questiona não é somente o valor pelo qual foi vendida, mas principalmente a ilegalidade da transação. A lei de licitações proíbe que a mesma empresa que avalia um bem, também seja a compradora deste bem. E foi justamente o que aconteceu com a Vale. No consórcio de empresas que arremataram a estatal estava uma das empresas de consultoria que também avaliou o patrimônio da mineradora. Além disso, é bom lembrar que até a compra foi subsidiada pelo BNDES, e foi calculada em Reais, num momento em que a moeda nacional sofria forte desvalorização. Ou seja, foi estelionato. Por essas e outras que alguns bancos (como o BRADESCO) são empresas que estão entre as mais lucrativas do mundo. Prestando consultoria assim qualquer um fica rico.

 

Por isso foi realizado o plebiscito, para questionar a forma de privatização da ex-estatal Vale do Rio Doce. O “VOTO NÃO” significava que os cidadãos estavam votando SIM para a apuração correta dos fatos e dos mecanismo usados pelos partidos da direita brasileira (como PSDB e PFL – hoje DEMO), associados aos capitalistas estrangeiros e nacionais, para usurpar um dos mais importantes patrimônios do povo brasileiro. O resultado deste plebiscito servirá para desengavetar 107 processos judiciários, e servirá para referendar a decisão judicial de anulação da privatização da Vale. Portanto sua participação, além de um importante exercício de cidadania, representou também um salto no desenvolvimento deste país e na qualidade de vida de seus filhos e netos. Porque só a morte não tem solução!  

                                                                                   

Dantro Guevedo

Bacharel em Ciências Sociais – UFSM”

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