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Falta troco. Yeda diz que vai propor um “orçamento realista” para o Estado, no próximo ano

Vem aí um embate daqueles. De um lado, a pressão do funcionalismo, do Judiciário, do Ministério Público e de vários outros setores do Estado – todos com potencial para fazer balançar a base do governo na Assembléia Legislativa.

 

E, de outro, a proposta de orçamento a ser enviada ao parlamento até a metade deste mês. E que, segundo a própria governadora Yeda Crusius, será “realista”. Em contras palavras, haverá cortes, de forma a manter o regime de caixa hoje vigente.

 

Pelo menos é o que se pode deduzir das manifestações da Chefe do Executivo, reproduzidas em programa de rádio produzido pelo Palácio Piratini, e que mereceu reportagem, também, da Agência de Notícias oficial. Confira o texto, a seguir:

 

“Orçamento de 2008 não terá receitas imaginárias, garante Yeda

 

O realismo será a grande marca do orçamento do governo do Estado para 2008, o primeiro elaborado pelo governo Yeda Crusius. Em entrevista ao programa Conversa com a Governadora, da Rádio Piratini, Yeda observou: “O orçamento vai dizer onde será gasta a receita real que o governo do Estado receberá em 2008. Não estou colocando nenhuma receita imaginária, sonhada, fruto da esperança”. A proposta Orçamentária será encaminhada pelo Executivo à Assembléia Legislativa até o próximo dia 15.

Segundo Yeda Crusius, cada secretário de governo está sendo convocado. “A reunião quem chama sou eu”, afirmou. Nos encontros são contratadas, com a governadora, as metas de cada pasta e os recursos necessários para elas serem atingidas. “É assim como fiz em março, quando contratei com cada um dos secretários das secretárias, o corte de 30% no custeio e nos cargos de confiança. Então contrato feito, contrato honrado. Nós cortamos 37% de custeio (energia, água, combustível, telefone), e o Brasil não conhece um resultado com esse, e não faltou nada. Mas está faltando para pagar a folha”, ilustrou.

Ciclo de crescimento
Embora tenho sido forte, a redução dos gastos não foi suficiente para pagar a folha em dia, que está sendo honrada no dia 10, lembrou a governadora. “Mesmo com cortes, mesmo com dinheiro extra do governo federal para a segurança pública, mesmo com os R$ 2 bilhões para os hospitais, resultante da batida de martelo dos ministros Mantega e Temporão, não chega”, disse. Os resultados do agronegócio, por sua vez, não tem impacto positivo imediato. “A agricultura paga muito pouco imposto, mesmo crescendo não gera impostos”, lembrou a governadora.

A vantagem na produção, na avaliação de Yeda, está nos efeitos do agronegócio. “O agronegócio gera impostos. Por exemplo, os espetaculares R$ 120 milhões em negócios com máquinas e implementos, da Expointer 2007, geram impostos. As vendas de automóveis pagam impostos. Então, a agricultura é a base da reativação, mas ela não gera imposto e sim as prestações do carro, da colheitadeira adquirida com crédito do Banrisul. É um círculo que demora”, assinalou a governadora, ao salientar que este ciclo ainda que trará benefícios neste ano.

Combate ao déficit
Conforme os números da governadora, “graças à reativação da economia a partir do agronegócio, os R$ 2,7 bilhões, antes necessários para o fechamento das contas de 2007, caíram para R$ 2,2 bilhões. O governo fez cortes e aumento das receitas, que resultaram em R$ 1 bilhão. Mas falta R$ 1,2 bilhão”. Por essa razão, “o governo dirá no orçamento que, para cobrir o mínimo, precisará pagar 12% das receitas à saúde, a lei manda dar 35% da receita líquida, depois de pagos os juros e dívida, para a educação. E 100% da receita líquida não cobrem educação, saúde, segurança, vinculações, mais folha de pagamentos”.

Peça de fricção
Ao analisar a pauta do orçamento, Yeda Crusius lembrou o realismo que marca o governo. “É isso que será mandado à Assembléia Legislativa: qual é a realidade dos números, como vamos buscar com as nossas forças gaúchas. Não adianta esperar verbas”, disse.

Com bom humor, Yeda comentou a associação feita entre a semelhança do Orçamento e uma peça de ficção: “Os orçamentos do passado não eram uma peça de ficção, eram uma peça de fricção. Geravam conflitos, colocavam receitas que não vinham. E, com razão, funcionários públicos querem repor seus salários, o Judiciário quer aumentar a sua participação e a segurança quer outras coisas. Então, vamos fazer, sim, um Orçamento realista”.

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui, se desejar, a íntegra desta e de outras notícias oriundas do Governo do Estado.

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