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Caso dos cheques. Só uma pergunta: o que a CPI da Câmara poderá fazer mais que a polícia?

Pelo menos três pessoas, até onde sei, manifestaram estranheza pelo fato de esta (nem sempre) humilde página de internet não ter tratado, ainda, da questão do rombo de R$ 110 mil (em números redondos) provocado pelo desconto de três cheques – um falsificado, outros dois clonados – no Banco do Brasil, em 31 de outubro?

 

Aliás, um dos que comigo falaram (e foi na manhã de sábado, em uma solenidade pública) chegou a dizer que, no próprio Legislativo, onde conto com fiéis leitores, ninguém entendeu por que não me manifestei. Ok, ok, ok. Diante dessa reivindicação, tenho a dizer apenas duas coisas.

 

Uma é que se trata de caso puramente policial (até prova em contrário, que está longe de aparecer). E, portanto, foge um pouco das minhas prioridades. Mesmo que seja da Câmara de Vereadores. Inclusive porque, em casos semelhantes, não há prejuízo ao contribuinte – ou alguém acredita que o Banco, diante de todas as evidências, não devolverá o troco?

 

Outra, sim, tem natureza política. Penso que a criação imediata de uma CPI (nunca vi tamanha rapidez, em outras ocasiões) trata-se de clara resposta do Legislativo ao que poderia ser um clamor público. Uma atitude defensiva, obviamente. E boa, claro. Só tem um detalhe: exceto pelo fato de que uma comissão desse tipo poderá estabelecer formas mais rígidas de cuidar da burocracia econômica da Câmara (mas não precisa CPI pra isso), não vejo como os vereadores que a compõem possam avançar sobre o que a polícia, com toda a sua capacidade, fará, com absoluta certeza.

 

Disso tudo, porém, há algo importante: já na quinta-feira, 1º de novembro, recebi informações oriundas de gabinetes do Legislativo, dando conta de que o rapaz (cujo nome sequer sei, nem vem ao caso) não teria sido o único servidor da Câmara seduzido por alguém em fila de banco. Aliás, a impressão (e a polícia, ao que tudo indica, está indo pelo mesmo caminho) é que o assessor de vereador cedeu mesmo o cheque a um desconhecido. O que o torna um, desculpa a expressão, babaca. Não necessariamente um criminoso.

 

A lamentar, por fim, a idéia de condenação imediata, que subjaz de todas as declarações ouvidas por midiáticos (escritos, falados e televisionados – como diria aquele) no mesmo dia, e no seguinte, nos veículos locais. Essa nossa mídia grandona (e a que se acha a imita no que tem de pior) não tem mesmo jeito. Aliás, salvo engano, a mídia boca-do-montense já esqueceu do assunto. Inclusive porque veio escândalo maior logo em seguida. É. Nada de novo. Tudo sempre igual.

 

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