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Veja degradada. Os tubarões e as falcatruas em conluio com a direção da revista

Já está disponível o 15º artigo-reportagem da série escrita por Luis Nassif, em que ele mostra como Veja, a maior revista do país se transformou em qualquer coisa parecida com lixo editorial. Com manipulação das informações (quando não a própria invenção), para atender a interesses que não o do leitor. Quem sabe dos seus dirigentes, ou da própria empresa que a edita.

 

Neste último texto disponível, Nassif dá amplos detalhes da mecânica da falcatrua montada por empresários grandões, mas em dificuldades judiciais e políticas e financeiras ou a fim de ganhar ainda mais dinheiro, com a colaboração efetiva do comando da revista. É um verdadeiro esgoto jornalístico, enganando o leitor. Confira:

 

“A imprensa e o estilo Dantas

Conforme fartamente demonstrado nos capítulos anteriores, antes de fechar com Dantas a direção da Veja o tinha em conta como alguém que comprava reportagens, fabricava dossiês falsos e subornava jornalistas.

No capítulo “Os Primeiros Ataques a Dantas”  e “O dossiê falso” esmiuço as sucessivas denúncias de Veja antes de ser cooptada pelo banqueiro. Qual a lógica que leva uma revista a se associar a um empresário que, segundo ela mesmo, espalha dossiês falsos, compra reportagens e jornalistas? Há muitas explicações para isso, nenhuma boa, do ponto de vista jornalístico.

Essa atuação da revista, no entanto, era apenas a ponta final de uma linha de operação que passava por várias instâncias antes de desembocar nos dossiês e informações passadas ao quarteto de Veja.

O jogo fica mais claro quando se começa a penetrar no mundo de Dantas e a entender melhor a linha de montagem preparada para suas guerras empresariais.

Nelson Tanure ganhou rios de dinheiro entrando em ações judiciais que tinham por único objetivo criar dificuldades para a concretização de algum negócio. Com a lentidão da justiça brasileira, as partes envolvidas achavam mais barato pagar para se ver livre das ações. Caso típico foi a compra do Banco Boavista pelo Bradesco.

A partir das lições de Nelson Tanure, Dantas percebeu que ações judiciais, matérias na imprensa, com espionagem, dossiês falsos, faziam parte de uma mesma estratégia, sob um mesmo comando.

Montou uma estrutura de lobby interna, contemplando diversos elos das disputas empresariais, colocando-os todos sob o mesmo comando – de Humberto Braz, diretor corporativo da Brasil Telecom no período em que Dantas esteve no comando da companhia.

Braz integrava e comandava os trabalhos jurídicos (legais e de lobbies), os contatos com espionagem (da Kroll a jornalistas infiltrados no meio), a cooptação de publicações e jornalistas, através do comando sobre as verbas publicitárias de empresas controladas e a contratação de assessorias de imprensa incumbidas de atrair jornalistas para o esquema Dantas…”

 

EM TEMPO: o caso Veja, tratado com grande talento, e muita informação, por Nassif já está provocando uma reação da Editora Abril, que resolveu processar o jornalista. E também o chamado núcleo de comando da redação, Eurípedes Alcântara, Mário Sabino e Lauro Jardim. Em contrapartida, se expande na internet uma grande rede em torno do jornalista. Se você clicar ‘veja’ no Google, por exemplo, encontrará com destaque, logo no comecinho, a série de artigos-reportagens de Nassif. Portanto, há uma clara adesão à leitura por parte dos internautas. Assim, de um lado, solidariedade ao excelente trabalho de Nassif. De outro, novos fatos. E, sobretudo, a disseminação do trabalho, algo que, modestamente, também estou fazendo por aqui.

 

EM TEMPO (2): é incrível que, embora fato da maior relevância, a mídia grandona (e a que se acha) está simplesmente ignorando o assunto, por mais rumoroso que é. Faz sentido, não?

 

 

SUGESTÕES DE LEITURA – Não deixe de ler aqui  a íntegra do texto “A imprensa e o estilo Dantas”. No mesmo endereço você encontra todos os outros 14 capítulos já escritos por Luis Nassif, e que correspondem (com os que ainda virão) num verdadeiro inventário de uma revista que já foi a de maior credibilidade do país e hoje é um simulacro, para dizer o mínimo.

Para entender um pouco mais do que significa esse importante debate que acontece na grande rede, convém a leitura do artigo}“Caso Nassif/Veja esquenta a guerra política na blogosfera brasileira”, de Carlos Castilho, no Observatório da Imprensa.

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