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A fonte. E não é que quem “vazou” para a Veja o tal “dossiê” foi um tucano de alto coturno!

O objetivo parece cada vez mais claro: tentar desestabilizar a candidatura de Dilma Rousseff à Presidência da República. No caso, ela, porque é a bola da vez. Se fosse outro, o procedimento seria o mesmo. Em todo caso, não foi um governista quem levou (só o que o interessava, aliás) ao conhecimento da “revista” Veja. Que, não é a primeira vez, se prestou para o serviço sujo – já que jornalismo é outra coisa.

 

Estou delirando? É? Então leia a entrevista concedida por um grão-tucano, no caso o senador paranaense Álvaro Dias, ao repórter Raphael Prado, do sítio Terra Magazine, no portal Terra – que, ao que se sabe, não é do governo. Nem da oposição. Depois, você mesmo conclui. A seguir:

 

“Álvaro admite que foi fonte de Veja

Depois das pressões feitas em plenário na quarta-feira, 2, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) admite que foi uma das fontes de informação da revista Veja para a matéria que denunciou um levantamento do governo federal com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e sua esposa, Ruth Cardoso. A atribuição do vazamento ao senador paranaense foi informada pelo Blog do Noblat.

Em conversa com Terra Magazine, Álvaro Dias sustenta que não há nenhum ilícito em “conversar com jornalistas”. E que a revista tem outras fontes que não apenas ele:

– Se eventualmente contribuí com informações para que a matéria pudesse ser veiculada, altera a responsabilidade do governo na confecção do dossiê? É evidente que não. Isso exime o governo de responsabilidade? É óbvio que não.

Leia a entrevista do senador, um dos vice-presidentes do PSDB:

O senhor admitiu que viu as informações antes de elas serem tornadas públicas. Em que circunstâncias isso aconteceu?
Álvaro Dias – Olha, o jornalismo investigativo tem prestado um grande serviço ao País, seria muito pior a degradação das instituições, não fosse a competência e a ousadia do nosso jornalismo de investigação. E isso se dá em razão de fontes. O jornalistas se utiliza de muitas fontes. Uma revista do porte da Veja, que só no escândalo do mensalão divulgou, se não me falha a memória, matérias de capa 17 vezes, não contou com apenas uma fonte. Certamente valeu-se de muitas fontes de informação. Eu tenho sido ouvido por muitos jornalistas, do Terra, de outros sites, de jornais, emissoras de TV e certamente outros parlamentares da mesma forma. Esse é o caminho para se produzir a informação.

O senhor então foi uma das fontes de informação desses jornalistas?
É evidente que é meu dever responder questões formuladas por jornalistas, e eu tenho feito. Obviamente, o que pretende o governo agora é tirar o foco, o governo não quer mostrar as suas contas. Mostra as do governo passado mas esconde as suas. E pretende exatamente desviar o foco do debate.

O senhor então foi fonte de informação do jornalista da Veja? Não a única, mas uma das?
(silêncio) Qual é a importância disso? Eu pergunto. Obviamente a Veja tem fontes no Palácio do Planalto… Qual é o ilícito em conversar com jornalistas, como eu estou conversando com você? Qual é o ilícito? Enfim, é surrealista essa história. Acho que o governo subestima a inteligência das pessoas, preparando uma estratégia como essa, tentnado repassar responsabilidades. Se eventualmente contribuí com informações para que a matéria pudesse ser veiculada, altera a responsabilidade do governo na confecção do dossiê? É evidente que não. Isso exime o governo de responsabilidade? É óbvio que não. Então não há porque priorizar essa discussão, que a partir de ontem à tarde, priorizaram.

Certo. E se não há ilícito nenhum, também não há problema nenhum em admitir que o senhor foi uma das fontes, certo?
Uma das fontes é natural que eu tenha sido. Provavelmente…”

 

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui a íntegra da reportagem, contendo a entrevista com o senador Álvaro Dias (PSDB), de Raphael Prado, no Terra Magazine.

Leia também a nota  ”Dossiê” dos cartões. De onde saíram os dados, é sabido. Mas, por que o governo faria isso?”, que publiquei aqui no início da madrugada de quarta-feira.

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