Coluna Observatório. Alianças estranhas? Que nada, hoje é tudo muito natural. E pragmático
A seção Não custa lembrar
Em 22 junho de 2002:
PT e PL, o esquisito pragmatismo – Neste sábado, o Partido Liberal, em convenção nacional, confirma a aliança com o Partido dos Trabalhadores, indicando o nome do empresário e senador mineiro José de Alencar como o candidato a vice de Luiz Inácio
Lula da Silva. No dia 29, será a vez de o PT confirmar a coligação mais inusitada dos últimos tempos na política brasileira.
A coisa mais próxima – e ainda assim muito distante, mesmo para a época – foi o acordo que uniu o PSDB ao PFL na eleição presidencial de 1994, com a dobradinha Fernando Henrique Cardoso e Marco Maciel, repetida quatro anos depois.
Hoje:
Passados exatos seis anos, menos um dia, da publicação da nota ao lado, esquisito mesmo é escrever sobre os fatos relatados como se fossem anormais. Muito mais que pragmatismo, os políticos acham hoje muito natural qualquer tipo de aliança e não há absolutamente nada de inusitado.
Pode ser saudosismo, mas o colunista ainda lembra (sim, os cabelos se foram, a memória não) de um tempo em que as posições eram bem mais claras. E o eleitor sabia exatamente o que pensavam os militantes e seus partidos. Era, claro, o tempo do MDB e da Arena. E ele se foi. Se para melhor ou pior, isso agora não tem importância.
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