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Caso “dantesco”. Sobrou para o delegado. Quem deve estar rindo é Dantas, o escroque grã-fino

Como informei no início da noite desta terça-feira, Protógenes Queiroz dançou. Foi afastado da Operação Satiagraha (ainfa que deva ouvir Daniel Dantas nesta quarta e relate o inquérito até sexta) que, aparentemente (e na prática também, cá entre nós) desagradou muitos grandões. Inclusive porque gente igual a eles acabou no xilindró. O interessante é que, numa Polícia Federal obviamente dividida, também foi afastado (provisoriamente?) o próprio Diretor Geral, Luiz Fernando Corrêa, que oficialmente entrou em férias. E aí, como fica Dantas, o grã-fino-mor que experimentou as acomodações da carceragem da PF em São Paulo? Desconfio que, embora abalado (sim, porque grã-fino se abala com essas coisas), deve estar sorrindo. Mesmo como depoimento marcado e no qual, ao que tudo indica, calará. Ou não?

 

Quem melhor conta a saída de Protô e Corrêa é quem está dando a maior quantidade de furos em escala, na recente história do jornalismo brasileiro. No caso, Bob Fernandes, que edita o sítio Terra Magazine. Aliás, Fernandes fala da queda da dupla. Mas, sobretudo, põe seus olhos, e conta para os leitores, como está a situação na, hoje, mais admirada instituição brasileira, a Polícia Federal. Confira:

 

“Delegado que prendeu Dantas é afastado

O delegado Protógenes Queiroz, que conduziu a Operação Satiagraha, foi afastado do caso. Do outro lado, na batalha que dividiu a PF, o diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, pediu férias. O súbito afastamento de ambos é apenas mais um capítulo na luta encarniçada que dividiu a Polícia. O delegado geral desconhecia a essência da operação secreta e, segundo o entendimento dos que participaram da Satiagraha, Corrêa teria trabalhado contra.

A razão formal para o afastamento de Queiroz é um curso na Academia de Polícia. Curso este iniciado em março. Segundo a assessoria de comunicação social da PF, o delegado pediu que daqui a um mês, quando encerrado o curso, ele não retorne à investigação.

Resta saber se, mais grave, o delegado Queiroz deixará também a presidência do inquérito que montou palmo a palmo, passo a passo, e que conhece como ninguém. A propósito de mais esse capítulo da batalha que dividiu a Polícia Federal, a cúpula contra e a base a favor, leia o texto a seguir:

PF viveu guerra e espionagem para prender Dantas

Os intestinos do Brasil.

A Polícia Federal trabalhou duramente para que Daniel Dantas fosse preso. A Polícia Federal não queria, de forma alguma, que Daniel Dantas fosse preso. A Polícia Federal fez tudo para que Daniel Dantas fosse preso. A Polícia Federal fez tudo para que Daniel Dantas não fosse preso.

A Polícia Federal trabalhou contra a Polícia Federal.

Esse é mais um capítulo do mergulho nos intestinos do Brasil. Estão presos o banqueiro do Opportunity, o megaespeculador Naji Nahas, o ex-prefeito Celso Pitta e outros 17 dos 21 que tiveram a prisão decretada. É quarta-feira, 9 de julho.

Nas telas, ondas, bits e páginas, a futebolização de sempre: aplausos entusiasmados, críticas ferozes à ação da polícia. O que ainda não chegou à tona é a verdadeira história dessa gigantesca ação policial, da encarniçada batalha que se travou nos setores de Inteligência, na Polícia.

O que se narra aqui são cenas, é o contorno dessa batalha, mas antes é preciso lembrar que este é apenas mais um capítulo.

Crucial, decisivo para que se entenda o todo, o que se movia, se move – e se moverá -, mas apenas mais um capítulo no enredo da maior disputa da história do capitalismo brasileiro, disputa essa que carrega…”

 

SUGESTÕES DE LEITURA – confira aqui a íntegra da reportagem “Delegado que prendeu Dantas é afastado”, de Bob Fernandes. E clique aqui, para ler outros textos do repórter, no sítio Terra Magazine, que ele edita e está alojado no portal Terra.

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