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Não é estranho?!. O juro básico aumenta. Mas o desemprego diminui. Por que o chorotéu, então?

Ok, ok, ok. Não vou entrar nessa, não neste momento ao menos, de falsa humildade. Até que arranho alguma coisa em economia – de ler e ouvir quem sabe disso. Mas longe estou de ser um especialista na matéria. Estou mais para neófito do que para sabichão. Então, tem algumas coisas que não entendo.

 

Por exemplo, o presidente da Confederação Nacional da Indústria, Armando Monteiro Neto, pelo lado do empresariado, chiou uma barbaridade com o aumento de 0,75% da Taxa Básica de Juros, fixada na quarta-feira pelo Comitê de Política Monetária, o famoso Copom. Disse o líder dos industriais, brabo com o reajuste além do esperado (que era de 0,5%), que isso vai prejudicar o crescimento econômico.

Na mesma linha, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), também se esbaldou na crítica. Em nota de sua direção afirmou que “as altas taxas básicas de juros são contrárias aos interesses da classe trabalhadora’. E partiu para outro, perdão, clichê: “contra a inflação, defendemos menos especulação, menos juros e mais produção”.

 

Agora, o meu bestunto avariado pergunta: afinal, sempre pensei que não crescer economicamente significaria menos emprego e renda para os trabalhadores, inclusive porque as empresas (não todas, claro, mas boa parte delas) repassam seus custos ao preço final. E que, como não há a venda esperada, embora o lucro seja mantido, mesmo que menor, demitem-se os assalariados.

 

E aí vem a contradição: como isso tudo é possível se, mês após mês, o nível de desemprego cai. Isso mesmo, c-a-i. O que faz a alegria, por exemplo, do ministro do Trabalho, Carlos Lupi (na foto de Fábio Pozzebom, da Agência Brasil), ao saber dos dados oficiais que ele têm disponíveis no próprio ministério e, também, da pesquisa feita pelo IBGE. Quem pode me explicar isso tudo? Enquanto você pensa numa dica a respeito, confira os números divulgados pelo IBGE, conforme reportagem da versão online, d’O Estado de São Paulo. A seguir:

 

“Desemprego no Brasil no 1 ºsemestre é o menor desde 2003

Emprego com carteira sobe para 58% nas seis principais regiões metropolitanas e também bate recorde

 

A taxa média de desemprego no primeiro semestre de 2008 ficou em 8,3%, a menor apurada na nova série histórica da pesquisa mensal de emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em 2002. Porém, não há dados fechados do primeiro semestre para 2002 porque houve problemas nos resultados da pesquisa no primeiro bimestre daquele ano.

Nos anos da nova série, os resultados para o primeiro semestre foram os seguintes: 2003 (12,2%); 2004 (12,3%); 2005 (10,3%); 2006 (10,1%) e 2007 (9,9%). As informações foram divulgadas nesta quinta-feira, 24, pelo IBGE.

O índice de formalização do mercado de trabalho também foi recorde nas seis principais regiões metropolitanas do País no primeiro semestre de 2008. A participação dos trabalhadores formais (com carteira assinada e funcionários públicos) no total dos ocupados nas seis regiões subiu de 56% no primeiro semestre de 2007 para 58% em igual período de 2008…”

 

SUGESTÕES DE LEITURA – confira aqui a íntegra da reportagem “Desemprego no Brasil no 1 ºsemestre é o menor desde 2003”, de Jacqueline Farid, da Agência Estado, na versão online d’O Estado de São Paulo.

Leia também a reportagem “Decisão do Copom desagrada indústria”, de Luciana Lima, da Agência Brasil.

Confira, igualmente, a reportagem “Centrais sindicais criticam alta de juros”, também de Luciana Lima, da Abr.

 

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