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Pressão política. Poupando os amigos, relator da CPI do Detran cita quem já fora inocentado

O relator da CPI do Detran, o tucano Adilson Troca (foto), foi extremamente pressionado nos últimos dias. Ele próprio deixou isso bem claro na entrevista concedida na manhã desta quinta-feira, quando anunciou o conteúdo do relatório a ser votado hoje, na Comissão.

 

Não precisa ser muito inteligente. Basta ter os meus dois neurônios. Era óbvio que, inclusive para não criar problemas para o governo (que tem maioria na CPI), seriam no máximo citados os nomes de João Luiz Vargas, presidente do Tribunal de Contas do Estado, e José Otávio Germano, deputado federal do PP.

 

Também se entende que não envolvesse os nomes de  ex-secretários de Estado (Delson Martini e Ariosto Culau, além de Cezar Busatto) que caíram exatamente por causa dos desdobramentos dos trabalhos da Comissão. Menos ainda que surgisse o nome da governadora – aliás, em relação a ela, não há base alguma, imagino, exceto ilações legítimas e, até prova em contrário, completamente inconsistentes. Não obstante a (legítima) gritaria da oposição.

 

Só o que o relator não precisava, ah, isso não, era propor a citação (e o indiciamento) de alguém que, tendo deposto na Polícia Federal, sido indiciado por ela; e depois denunciado pelo Ministério Público Federal, não será processado pela Justiça Federal. O que permite, até novas evidências em contrário, que é inocente. Aí, com todo o respeito, foi invenção de Adilson Troca. Apenas para dizer que fez algo diferente? É. Sobrou para o marisco.

 

Em todo caso, confira o material distribuído pela Agência de Notícias da Assembléia Legislativa aos veículos de comunicação. A reportagem é assinada pela jornalista Roberta Amaral. A foto é de Marco Couto. Acompanhe:

“CPI DO DETRAN – CPI sugere indiciamento de 41 pessoas e acata decisão de foro privilegiado

O relatório final da CPI do Detran irá sugerir o indiciamento de 40 pessoas envolvidas no desvio de mais de R$ 40 milhões da autarquia e, também, do ex-presidente da Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência (Fatec), Ronaldo Etchechury Morales. Ele foi investigado pela Operação Rodin, da Polícia Federal, mas seu nome não foi aceito pela juíza Simone Barbisan.

Quanto ao suposto envolvimento do deputado federal José Otávio Germano (PP) e do presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), João Luis Vargas, o documento irá apenas citá-los e acatar a decisão do foro privilegiado e da sindicância interna instaurada no TCE para esclarecer os fatos.

O relatório foi protocolado nesta quinta-feira (3) pelo deputado Adilson Troca (PSDB) e será lido e votado amanhã (4) em reunião extraordinária da comissão. A expectativa é de que o documento seja apreciado em plenário antes do recesso parlamentar. Ainda hoje, as bancadas de oposição na Assembléia irão apresentar um relatório paralelo apenas para conhecimento, pois não é oficial nem pode ser colocado em votação.

De acordo com Troca, a CPI tem seus limites constitucionais e deve respeitá-los e acatar a decisão das instâncias especiais, negando que o documento seja “chapa branca”. “Nas 325 páginas apontamos uma sucessão de fraudes e cobramos resultado das instituições, que têm obrigação de fiscalizar e punir as pessoas que cometeram irregularidades”.

O deputado disse, ainda, que a Comissão Parlamentar de Inquérito não tem autoridade para responsabilizar ninguém e que em nenhum momento competiu com as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público. Ele vai mais longe: “se fizéssemos uma CPI sem as investigações da Operação Rodin, não chegaríamos nem a dez indiciados, pois trabalhamos durante cinco meses baseados nos relatórios fornecidos pela Polícia Federal”.

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui, se desejar, também outras reportagens produzidas e distribuídas pela Agência de Notícias da Assembléia Legislativa.

 

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