Caso Renan. Processo contra o presidente do Senado só termina em agosto. No mínimo
Diz-se que o tempo – de preferência somado a outro escandalozinho ou zão – é o maior aliado do presidente do Senado, o alagoano Renan Calheiros, do PMDB. Se essa hipótese é verdadeira, o nosso bravo dirigente máximo do Congresso pode dormir, na medida do possível, tranqüilo.
Essa história, que está pra lá de chata, e cansa a opinião pública (não a publicada, que esta não tem descanso nunca), vai, no mínimo, até metade de agosto. Só a tal perícia da Polícia Federal, que agora será feita integralmente, e contemplará o papelório entregue pelo réu, inclusive a questão da boiada, demorará pelo menos 20 dias. É o prazo mínimo. Só aí já se chega ao final de julho.
Manobras protelatórias daqui e dali, discussão acolá, quem sabe um depoimento mais adiante, e pronto: se tudo correr dentro do script, o Conselho de Ética, com seus inusitados três relatores, somente terá uma decisão lá pela metade do próximo mês.
Salvo engano, se Renan for inocentado, acaba ali. O processo será engavetado. Se, ao contrário, for recomendado algum tipo de punição (advertência, suspensão ou cassação), o caso será remetido para o plenário do Senado. Aí, gente, quanto tempo demorará para os 80 senadores (supõe-se que o 81º, o próprio acusado, não votará) votarem o relatório do Conselho? Não tenho a mínima idéia, mas…
Ah, e isso se não houver (o que não é improvável, dada a situação politicamente precária em que se encontra Renan) algum tipo de intervenção judicial. Aí, bem, aí a coisa vai demorar mais ainda. A menos que o presidente do Senado renuncie. No que não aposto.
SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui a nota Renangate vai demorar mais um mês, do jornalista Fernando Rodrigues, da Folha de São Paulo.
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