Eleições 2008. Enfim, Lula perdeu ou ganhou? Uma história de 100 anos atrás ajuda a responder
Tales Faria, editor chefe do Jornal do Brasil, penso, é um dos melhores analistas políticos do País. Assina, no JB, a coluna Coisas da Política. E escreve no Blog dos Blogs. É de onde tirei a nota a seguir, que só esqueceu de dizer que Pinheiro Machado era senador gaúcho. O resto, que é o mais importante, está correto. O meu comentário vem logo em seguida. Acompanhe:
Lula, Marta e Pinheiro Machado
Lembra aquela célebre frase de Pinheiro Machado, eminência parda da Primeira República, no início do século passado? Quando seu carro foi cercado por uma assustadora multidão que o desafiava, à saída do jornal carioca “O País”, a velha raposa política instruiu assim seu motorista: “Vá. Mas nem tão devagar que pareça provocação, nem tão rápido que pareça covardia.”
Foi exatamente assim que o presidente Lula agiu na campanha de Marta Suplicy a prefeita de São Paulo. Ao notar que a candidatura da petista ruíra, com Gilberto Kassab entrando já favorito no segundo turno, Lula fez uma manifestaçãozinha aqui, outra ali, em favor de Marta. Mas nada que trouxesse para si o desgaste da ex-prefeita de São Paulo. Manifestações de apoio na medida certa, nem tão barulhentas que parecessem provocação, nem tão silenciosas que dessem a impressão de covardia.
Tudo indica que deu certo: Marta foi para o brejo, mas Lula não parece ter-se chamuscado.
COMENTÁRIO CLAUDEMIRIANO: o que Faria quer dizer, ou disse, traduzo com outra expressão. Esta saída da cultura popular, e que ajuda a, imagino, relativizar adequadamente o resultado e, sobretudo, as análises sobre ele: devagar, que o santo é de barro.
SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui, se desejar, também outras notas e análises de Tales Faria, editor chefe do Jornal do Brasil, publicadas no Blog dos Blogs.
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