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Do Rogério Ferraz. A agressão à professora, o governo e “o cabelo em pé” da secretária

A propósito da agressão de uma aluna a sua professora, episódio largamente publicado nos últimos dias, a reação das autoridades e até o comentário da mídia, recebi artigo do habitual frequentador deste sítio, o sindicalista Rogério Ferraz. Confira, a seguir, a íntegra:

 

“Yeda faz escola

 

Como eu gostaria que as palavras acima dissessem exatamente o que está escrito. Que o governo estadual está construíndo prédios onde serão abrigados milhares de estudantes gaúchos. Mas , infelizmente, não se trata disto.

 

Esperei algum tempo desde a notícia da professora que foi agredida por uma aluna na escola estadual Bahia. Como não ouvi, ou li algo a respeito, resolvi colocar minha opinião.

 

O que achei mais bonito foi ver os comentários da RBS. Só que em nenhum momento foi citado o fato da própria governadora mandar bater de cassetete em professoras. Senhoras que “ousavam” protestar contra os desmandos na educação cometidos pelo governo estadual.

 

O foco dos comentários foi o descontrole dos jovens, da falta de limites, da falta de respeito com os professores. Mas, senhores! O que querem que estes jovens pensem? Eles estão plenamente autorizados pela própria professora Yeda a “baixar a ripa” em seus mestres. Se é mostrado na televisão senhoras com fraturas expostas causadas por espancamento ordenado pela figura maior do governo gaúcho, o que esperam dos jovens?

 

Quando estes jovens assistem na TV Assembléia, no circo armado por Yeda para fazer passar o desconto dos dias parados dos professores em greve (que foram recuperados), jovens como eles gritando e esbravejando contra a classe trabalhadora dos professores, o que será que registram em seus cérebros? Certamente uma raiva muito grande que no momento oportuno aparecerá. E por que eles devem ter limites, se há no Estado um clima de criminalização dos trabalhadores em educação (como de resto todo o funcionalismo) patrocinado pelo Governo Estadual e sua Secretaria de Imprensa (RBS)?

 

Não será isto apenas o “coroamento” de uma política desastrada de governo? Discute-se o que deve ser feito com a jovem agressora. Será que ela não poderia pedir a mesma penalidade imposta à governadora, ou seja, nenhuma?

 

Esta guria deve estar se perguntando: “Se a tia Yeda pode bater em professor, por que eu não posso?” Enfim, é o desgoverno Yeda fazendo escola.

 

PS. Já dava por encerrado este texto, quando fui alertado para a entrevista da Secretária da Educação Mariza Abreu, à Rádio Gaúcha sobre a agressão. Ela se dizendo “de cabelo em pé com a atitude da menina”. Primeiro ela mostra como fazer. Os alunos fazem igual e então o governo fica espantado. Isto já virou piada!

 

Rogério Ferraz

Dirigente sindical do Sindiágua”

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