Eleições 2010. Dilma vai ao encontro de deputados petistas. Objetivo é criar “sintonia fina”

É fato que a ministra-Chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, não é exatamente uma petista dita orgânica. Afinal, chegou depois de muitos, para não ficar nos pioneiros. Isso lhe impõe (ou lhe impunha) restrições internas bem localizadas. Inclusive de outros petistas que não são exaaatamente de primeira hora – como o gaúcho Tarso Genro, que não é fundador do PT, como Luiz Inácio Lula da Silva e, para ficar num gaúcho, Olívio Dutra.

Mas Dilma (na foto de Fabio Rodrigues Pozzebom, da Agência Brasil) acabou se transformando na maior estrela de um governo petista . Ela, que chegou ao PT no fim dos anos 90, início do terceiro milênio, após ser secretária de Olívio, e enquanto militava no PDT, acabou sobressaindo. Primeiro, na pasta de Minas e Energia. Depois, com a saída de José Dirceu, na Casa Civil. E, mais adiante, como gestora de mão de ferro.

Caiu nas graças de Lula e foi ungida por ele – loooooonge o maior eleitor interno do PT. Para não dizer o único relevante. E foi engolida pelos demais. Agora, é hora de ser deglutida. Isso está na raiz dos vários encontros que tem mantido, no Brasil inteiro. Diz-se que, por exemplo, os movimentos sociais não gostam dela. Então, Dilma vai ao encontro deles, para se apresentar.

Nesta terça-feira, o encontro é com os deputados federais do PT. Oficialmente, o assunto é o Plano de Aceleração do Crescimento – o PAC de que ela é a mãe. Na prática, o que se verá é uma tentativa (que, diga-se, deve ser bem sucedida) de azeitar as relações. Ou, como está no título desta nota, criar uma “sintonia fina”. Afinal, estarão todos juntos em 2010. Para o bem. Ou para o mal.