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Jogo de correntes. Tarso deve ser o candidato do PT ao Piratini. Mas antes terá que negociar

Anteontem, o ministro da Justiça, Tarso Genro (na foto de Antonio Cruz, da Agência Brasil), confirmou oficialmente sua pré-candidatura ao Palácio Piratini no pleito de 2010, pelo PT. Antes, já havia se apresentado à mesma condição o prefeito de São Leopoldo, Ari Vanazzi. E ontem à noite, em notícia que você leu antes aqui , quem se apresentou para o jogo interno do petismo gaúcho foi o deputado estadual Adão Villaverde.

 

Isso significa que haverá prévias no PT, como já ocorreu nos pleitos anteriores? Não. Definitivamente, não. Os líderes petistas avaliam que a disputa acirrada, como costuma acontecer no partido, pelo voto dos filiados, foi um dos fatores que enfraqueceram o candidato escolhido, quando o processo se deu para escolher o nome do concorrente ao Palácio Piratini. E não pretendem repetir o episódio.

 

Então, como se dará a escolha? Com muito papo e negociações políticas internas como, provavelmente, nunca se deu antes. É sabido de todos que Tarso Genro ostenta maior densidade eleitoral. E, mais que isso, mais condições, taaaalvez, de agregar outras siglas numa aliança mais consistente para a disputa do próximo ano.

 

Aliás, a política de alianças é uma das discussões que se dá neste momento no PT do Rio Grande do Sul (e do Brasil). Enquanto Lula quer ampliar ao máximo o leque de apoio à candidata à Presidência, Dilma Rousseff, no Estado são grandes as resistências de algumas correntes, e nem tanto, ou pouca, em outras.

 

Assim, tentando ser didático, e já antecipando que a negociação deverá desembocar na candidatura de Tarso Genro, ouso expor os nomes das correntes principais (e alguns nomes com ela identificados) a apoiar cada um dos candidatos internos e o que cada um defende.

 

Tarso Genro: é apoiado pelas correntes Democracia Socialista (Raul Pont), a maior, individualmente, no Estado, e PT Amplo (Paulo Pimenta) além de setores ditos independentes. Procura apoio de outras siglas para além do bloco habitual, que reúne PC do B e PSB, por exemplo. O PDT e o PTB são os maior alvos, mas não os únicos.

 

Adão Villaverde: tem o respaldo da maior corrente interna do partido em nível nacional, a Construindo um novo Brasil (antigo Campo Majoritário e que tem como lideranças José Dirceu e o presidente nacional, Ricardo Berzoini). No Rio Grande, une duas, digamos, subcorrentes, a Ação Democrática (Marco Maia) e a Unidade na Luta (Valdeci Oliveira). Quer ampliar ao máximo as alianças e acha que Tarso, por alguns de seus apoiadores, não chegará a isso.

 

Ari Vanazzi: é da Articulação de Esquerda. Outrora forte, a corrente se coloca como franco-atiradora nessa disputa (é opinião do repórter, que ninguém fique brabo com isso). Marca posição, em defesa de uma posição mais histórica do PT gaúcho, com aliados mais próximos da ideologia do partido.

 

CONCLUSÃO CLAUDEMIRIANA: Tarso será o candidato. Mas antes terá que articular muito internamente, de forma a poder ampliar como pretende o grupo de siglas extra-PT. Vai conseguir. Só não se sabe, ninguém pode saber, a que custo político.

 

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