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PARTIDOS. Como, e em que circunstâncias, o PMDB acabou se transformando no mais poderoso do Brasil

Não fosse o afastamento de Cunha, pelo Supremo Tribunal Federal, e o PMDB acumularia o controle do Planalto, da Câmara e do Senado
Não fosse o afastamento de Cunha, pelo Supremo Tribunal Federal, e o PMDB acumularia o controle do Planalto, da Câmara e do Senado

Por ADRIANO BRITO, da BBC Brasil, com foto de Divulgação

Escrito em 2006 para celebrar o 40º aniversário do PMDB, o livro A História de um Rebelde diagnosticava, logo em sua introdução, que o partido sofria de uma “crise existencial”.

O motivo era o seguinte: pela segunda vez em três eleições, a legenda decidira não lançar candidato a presidente nem a vice.

“O PMDB vive, neste momento, uma realidade paradoxal: é hoje um partido nacional – o maior e o mais forte; (…) Contudo, em que pesem tantos atributos, vive um momento ímpar de radicalização extremada do federalismo, que o impede, desde 1998, de lançar candidato próprio à Presidência da República.”

A crítica do autor da “biografia” da sigla, o ex-deputado federal mineiro Tarcísio Delgado, tinha destino. Segundo ele, lideranças que haviam aderido ao partido nas duas décadas anteriores haviam ganhado muita força e, em nome da liberdade para fazer as alianças regionais que desejassem, sustentaram a “posição surrealista” de não lançar candidato a presidente.

Uma década depois, e no ano em que completa meio século de vida, o maior partido do Brasil volta à Presidência da República pela segunda vez, novamente de forma indireta, com o afastamento de Dilma Rousseff, agora oficialmente alvo de um processo de impeachment. Mas Delgado, hoje com 80 anos, continua descontente.

“O PMDB chega ao poder, mas é por meios travessos, que não têm nada a ver com a história do partido. Pelo contrário”, afirma o veterano à BBC Brasil. Ele trocou a sigla pelo PSB em 2012, após 46 anos de militância, devido a uma série de “desapontamentos”. Mas garante não ter mágoas.

O que levou, porém, uma legenda que nem sequer conseguia se unir em torno de um candidato a presidente a acumular agora o comando do país, as maiores bancadas da Câmara e do Senado e à liderança no número de prefeituras e governos estaduais?

Acidente ou plano?

Ex-líder na Câmara e secretário-geral do partido na época em que era chefiado por Ulisses Guimarães (1916-1992), Delgado diz que sua experiência lhe permite crer que esse predomínio alcançado pelo PMDB não foi algo planejado.

“Penso que (Temer) não chegou (ao comando do partido) com esse objetivo. Acho que não, até onde eu posso conhecer o Michel”, avalia, ao se referir à gestão de mais de uma década do presidente interino da República no partido, que presidiu até pouco tempo atrás.

O cientista político Rafael Moreira, que estuda o PMDB na USP, também não vê o momento atual como resultado de um plano ou esforço do partido em assumir o papel de protagonista.

“A estratégia do PMDB sempre foi se manter no plano de fundo da política brasileira”, afirma, ao explicar que as fortes bases regionais têm permitido à legenda sempre lançar muito mais candidatos ao Congresso Nacional do que as outras siglas e, assim, conquistar uma bancada ampla nas duas Casas…”

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