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Jogo sujo.Sarney é o que é há trocentos anos e a mídia já sabia. Por que só desencavou agora?

Minha amiga Silvana Dalmaso, jornalista de qualidade e que resolveu ser mestra sem deixar de ter um pé no “chão de fábrica”, faz uma excelente crítica da mídia santa-mariense. Já se envolveu em algumas brigas, por que o povo – entenda-se jornalistas e donos de veículos – adora dar uma de vestal mas morre de medo de ser alvo.

 

Agora, não faz três dias, seu blogue recebeu comentários “anônimos” (coragem é outra coisa) muito interessantes porque a Silvana resolveu, veja só a petulância dela, criticar  um mísero quadro do Jornal do Almoço, da RBS-TV.  Comentários, aliás,  que ela colheu numa boa. Asso um dedo se a televisona iria aceitar a colocação dessa crítica no mesmo espaço. Só espero que a Silvana não desista. E continue fazendo algo que ninguém mais faz na cidade.

 

Em nível nacional, quem faz o melhor trabalho (é apenas a opinião claudemiriana) é Luis Nassif. Não é panfletário nem tãããõ engajado, como Paulo Henrique Amorim, nem anódino e algo inodoro quanto Ricardo Noblat. Ambos bons e respeitáveis, cada um do seu jeito, mas diferentes, muito diferentes do Nassif. Que teve coragem, por exemplo, de enfrentar a ex-revista Veja, desnudando – com ampla documentação e provas – aquela que um dia foi escola de jornalismo e hoje é apenas instrumentos de interesses – o que a leva a praticar algo muito parecido com mau-caratismo, ou coisa pior, mas nunca jornalismo.

 

Pois é Nassif quem, mais uma vez, dá luz a um assunto que ninguém toca: a memória seletiva da mídia, que esconde o que quer numa gaveta e lá deixa, até o momento mais conveniente. Afinal, até parece que José Sarney nasceu ontem para a política. Não, há muito tempo ele é isso mesmo. Por que só agora, então, como se o mundo estivesse nascendo, o maranhense virou o vilão? Hein. Creia, vale a pena ler o que escreve aquele que sabe tudo de economia e de política. E explica sem bolor. Mais que isso, mostra como as relações estão mudando e o quanto isso incomoda a mídia. Ah, a foto (do Sarney) é de Fabio Rodrigues Pozzebom, da Agência Brasil. Confira:

 

 “O Blog da mídia

Sarney é Sarney desde que entrou na política. O que armou e aprontou depois de deixar a presidência é de conhecimento amplo da mídia e estava ao alcance desde as primeiras aventuras, ainda mais se tratando de um ex-presidente – o que justificaria o interesse jornalístico.

Nada se fez durante vinte anos. Permitiram-se abusos no Amapá, no Maranhão, permitiram que sua influência abatesse governadores eleitos, derrubados por motivos menores. Os ecos de suas aventuras rodavam todas as redações, desde as estripulias de Jorge Murad e Saulo Ramos, no seu governo, à ligação permanente com Edemar Cid Ferreira ou o escândalo da Cemar.

Mesmo assim, durante décadas mereceu todo o cuidado por parte da imprensa, e um carinho e proteção especial da Folha. O Otavinho (Nassif se refere, para quem não se tocou, a Otávio Frias Filho, diretor da Folha de São Paulo) sabe a razão.

Agora, esse tiroteio infindável contra ele não tem razões nobres. A mídia fez o mesmo em todos os momentos anteriores da vida nacional. Cria o clima, levanta a bola de quem quiser se apresentar como o vingador e vai gerando fatos, tirando os escândalos que lhe interessam da gôndola do supermercado e mandando bala…”

“…Não havia limites para esse poder até o florescimento de novas mídias, da era da informação, criando um paradoxo curioso: se o Senado se tornar transparente, se se moralizar, se abrir suas contas, o país ganha e a mídia perde. Seu poder reside na falta de transparência da sociedade. É o que permite a ela se tornar “dona” da informação, selecionando as que melhor lhe convem ou editando de acordo com suas conveniências. É por isso que todas as campanhas midiáticas visam pessoas e escândalos pontuais – levantados de acordo com as conveniências do momento – e não mudanças capazes de impedir a perpetuação do erro.

Qual seria o poder da mídia em ambientes transparentes, onde não desse para armazenar escândalos e utilizá-los em benefício do seu jogo político particular? Qual seria o poder se, de repente, instituições assumissem seus erros, mas enfrentassem a mídia sem medo?

O caso Petrobras é emblemático e cria uma dinâmica fantástica, no bojo da Internet.

Com seu Blog, a Petrobras se amarrou a um compromisso: o de não mais deixar perguntas sem respostas. Internamente, significará o fim dos feudos, a obrigação de todos os departamentos de fornecer a informação solicitada…”

PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui, se desejar, também outras notas, artigos produzidos e/ou comentados por Luis Nassif.

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