Venda da Varig pode estar próxima. Quem sabe?!

Foi na edição deste sábado do jornal O Estado de São Paulo. Passou meio despercebida, no noticiário em que a Copa do Mundo (sim, ela acabou para o Brasil, se você ainda não notou). Mas é muito importante.

Os repórteres Alberto Komatsu e Mônica Ciarelli, da sucursal carioca do jornalão paulista, contam que o Ministério Público deu parecer favorável à proposta feita pela VarigLog, ex-subsidiária da companhia pioneira da aviação comercial brasileira, que quer controlar a Varig.

O comprometimento com a manutenção do programa de milhagem Smiles foi uma das razões que garantiram o apoio. Não está na reportagem, mas o próprio fato de a VarigLog estar pingando dinheiro diariamente na empresa, como forma de garantir a sua subrevivência, mesmo que minimamente, é também uma convicação de que querem meeesmo fazer o negócio. Diferente do GTV, grupo que arrematou a Varig no leilão de 8 junho, e não conseguiu pagar sequer o sinal de UU$ 75 milhões, ainda que o prazo para tanto foi adiado, adiado e adiado. Agora, não. A VarigLog já gastou mais de R$ 10 milhões em uma semana, tudo para demonstrar o efetivo interesse na companhia.

Agora, a decisão está nas mãos do juiz Luiz Roberto Ayub, da 8ª vara empresarial da Justiça do Rio de Janeiro, e responsável legal pelo processo re de recuperação judicial da Varig. Espera-se uma definição para esta segunda-feira. A proposta total alcança algo próximo aos UU$ 500 milhões. Mas, atenção: dias amargos vêm aí. Seja quem for que comprar a empresa (se ela não falir) terá que tomar tantas atitudes extremas que, a rigor, não se sabe, de fato, o que vai sobrar da companhia aérea que tanto orgulhou (e orgulha) os gaúchos.

Fiquemos, agora, com a reportagem publicada pelo O Estado de São Paulo, neste sábado:

”VarigLog garante milhagens e dinheiro para fundo de pensão
Ministério Público dá parecer favorável à proposta e juiz Ayoub promete divulgar decisão na segunda-feira

O Ministério Público do Rio deu ontem parecer favorável à proposta da VarigLog de comprar a ex-controladora por cerca de US$ 500 milhões. A VarigLog se comprometeu a manter o programa de milhagem Smiles e declarou que se propõe a honrar todas as milhas dos cerca de 6 milhões de usuários.

O fundo de pensão Aerus também receberá um aporte de capital para minimizar o débito de R$ 2,3 bilhões da Varig. Deste total, R$ 1,1 bilhão já foi repactuado e o R$ 1,2 bilhão restante é o dinheiro que a Varig deveria ter depositado no fundo para pagar benefícios de aposentados e pensionistas.

O próximo passo para a compra da Varig por sua ex-subsidiária deverá ser a convocação de assembléia de credores para avaliar o plano, no dia 10.

No dia seguinte, a expectativa é de que seja realizado novo leilão judicial.

Ontem, a VarigLog depositou mais US$ 1,5 milhão para as despesas emergenciais da Varig, totalizando o aporte de US$ 7 milhões na empresa nos últimos cinco dias. Há ainda US$ 13 milhões reservados para custear a operação da Varig até o leilão.

“Conforme as explicações dadas hoje (ontem) pelos investidores, estamos mais seguros de que uma solução viável aconteça rapidamente”, afirmou o juiz Luiz Roberto Ayoub, responsável pela recuperação judicial da Varig, por meio de comunicado distribuído no fim da tarde. Neste fim de semana, o administrador judicial da companhia – a consultoria Deloitte- e a Varig vão trabalhar no edital da concorrência, que poderá ficar pronto na segunda-feira.

O juiz Paulo Roberto Fragoso, da comissão dejuízes do caso Varig, afirmou que a VarigLog esclareceu a principal dúvida sobre a proposta, que era garantir a continuidade da operação da chamada “Varig antiga”, que ficará com 5% da Varig resultante da reestruturação e herdará passivos de cerca de R$ 7,9 bilhões, segundo balanço de 2005.

Essa empresa será separada da nova Varig e deverá ter um número reduzido de funcionários. Segundo fonte da VarigLog, a idéia é que a Varig antiga faça fretamento de aeronaves, reúna todos os ativos imobiliários da companhia e também abrigue um centro de treinamento de pilotos.

Na segunda-feira, o juiz Ayoub deverá divulgar sua posição sobre a proposta da VarigLog, fundamentada pelos pareceres do Ministério Público e da consultoria Deloitte.

Ayoub informou ontem que a Deloitte ainda não entregou seu parecer, mas que a consultoria manifestou-se favorável à proposta da VarigLog informalmente.

“Qual era a situação depois do leilão ter sido julgado deserto (anulado)? A falência estava se aproximando. Apareceu a VarigLog e imediatamente fez aporte grande de capital. Ela vem mantendo a Varig e fez uma proposta séria. Eu particularmente estou animado”, disse o juiz Fragoso.

Ele se referiu à anulação do leilão da Varig realizado no dia 8 e que foi vencido pelo Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), que não conseguiu dinheiro para cobrir sua oferta de R$ 1 bilhão.

A VarigLog foi comprada em dezembro do ano passado pela Volo do Brasil, consórcio formado pelo fundo de investimentos americano Matlin Patterson com três sócios brasileiros. O chinês…”

SE DESEJAR ler a íntegra da reportagem, pode fazê-lo acessando a página do jornal O Estado de São Paulo na internet, no endereço http://www.estado.com.br/editorias/2006/.